domingo, 29 de maio de 2011

VÍDEO SOBRE A REFORMA E CONTRARREFORMA (8º ANO)

95 Teses acerca do Poder e Eficácia das Indulgências

Estas teses devem ser entendidas em seu contexto histórico, qual seja: Lutero era, naquele momento, um padre católico romano, devotado a esta igreja e ao Papa que a comandava. Ele era professor em um importante seminário de formação teológica da igreja romana, e tinha profunda formação agostiniana, o que lhe fazia dar (como pode ser visto em várias de suas teses) grande valor ao castigo físico, e aos sofrimentos em geral, como meios adequados e necessários ao crescimento Cristão e ao aprendizado da fé.

Pode-se também observar em todo o decorrer do texto, uma clara intenção de suscitar a possibilidade de reforma da igreja de Roma, antes de confrontá-la, e menos ainda de dividi-la.

A divulgação das "95 teses" não foi, como tem sido ensinado por alguns, um ato de heroísmo ou de desprendimento, mas foi apenas a publicação de um convite para uma "disputa acadêmica" entre mestres e alunos do seminário; haja visto sua publicação em latim e não em alemão (que era a língua do povo dali). Todo o texto é, assim, apenas um conjunto de assuntos que deveriam ser debatidos por ocasião da "disputa acadêmica", e tinha como finalidade expor questões sobre a venda de indulgências. Prática esta que possuía grandes contradições doutrinárias que aliadas à corrupção de muitos dos clérigos responsáveis por sua aplicação, faziam com que fosse vista por Lutero como grande ameaça à credibilidade da igreja de Roma, bem como do Papa.

Fica patente também, pelo texto, que Lutero esperava receber completo e irrestrito apoio do Papa no que diz respeito às suas teses, mas contrariamente às suas expectativas recebeu forte censura. A ponto de serem enviados, pelo Papa Leão X, agentes para disputarem teologicamente com ele, e de ser iniciado um processo inquisitório, que culminou em janeiro de 1521 com sua excomunhão. Foi esta oposição recebida da parte do Papa e da igreja romana, e não estas 95 teses, que fizeram com que Lutero desse início ao seu protesto, que finalmente resultou na reforma protestante.

INTRODUÇÃO
Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Ver. Padre Martinho Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem do assunto verbalmente conosco, poderão fazê-lo por escrito. Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém !.

1. Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: "Arrependei-vos" etc., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.

2. E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.

3. Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de mortificações da carne.

4. Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.

5. O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.

6. O papa não pode perdoar dívida senão declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.

7. Deus a ninguém perdoa a dívida sem ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.

8. Canones poenitendiales, que são as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas são impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.

9. Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluindo este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema.

10. Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem os moribundos poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório afim de ali serem cumpridas.

11. Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, previstas pelas cânones ou estatutos, em penitência ou apenas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.

12. Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecados cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidades de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.

13. Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canónico, sendo, portanto, dispensados, com justiça de sua imposição.

14. Piedade ou amor imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.

15. Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.

16. Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.

17. Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.

18. Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas razões e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram for a da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.

19. Ainda não parece ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós teremos absoluta certeza disto.

20. Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras "perdão plenário de todas as penas" que todo o tormento é perdoado, mas apenas as penas por ele impostas.

21. Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.

22. Com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.

23. Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.

24. Assim sendo, a minoria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.

25. Exactamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura de almas tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.

26. O papa faz muito bem em não conceder o perdão em virtude do poder das chaves ( ao qual não possue ), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.

27. Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.

28. Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro, cresce e aumenta; a ajuda porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.

29. E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que suceder com Santo Severino e Pascoal.

30. Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muitos menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.

31. Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.

32. Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.

33. Há que acautelar-se muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dádiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.

34. Tanto assim, que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.

35. Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.

36. Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.

37. Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.

38. Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.

39. É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pezar.

40. O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo; mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.

41. É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.

42. Deve-se ensinar aos cristão, não ter pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.

43. Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.

44. É que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências porém, não se torna melhor senão mais segura e livre da pena.

45. Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa, mas provoca a ira de Deus.

46. Deve-se ensinar aos cristão que, se não tiverem fartura, fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.

47. Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada.

48. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa de que de dinheiro.

49. Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em consequências delas, se perde o temor de Deus.

50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seus, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgência, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro..4

52. Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.

53. São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas.

54. Esperar ser salvo mediante breves de indulgências é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia.

55. A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimónia, enquanto o Evangelho, que é essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.

56. Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionadas e nem suficientemente conhecidos na Igreja de Cristo.

57. Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a este não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.

58. Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior.

59. São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.

60. Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que este tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo.

61. Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta.

62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

63. Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros

64. Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabidamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.

65. Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados.

66. Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens.

67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores com ao mais sublimes graça decerto assim são considerados porque lhes trazem grandes proventos.

68. Nem por isso semelhante indulgência não deixa de ser a mais íntima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.

69. Os bispos e sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência.

70. Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.

71. Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.

72. Quem se levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.

73. Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.

74. Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir.

75. Considerar as indulgências do papa tão poderosa, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que ( cousa impossível ) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.

76. Bem ao contrário, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular no que diz respeito à culpa que constitui.

77. Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar São Pedro e o papa.

78. Em contrário, dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederem, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes, o dom de curar, etc. , de acordo com o que diz I Coríntios 12.

79. Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfémia.

80. Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento.

81. Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos.

82. Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para construção da catedral de São Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante insignificante?

83. Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou prebendas oferecidos em favor dos mortos, visto ser injusto continuar a rezar pelos já resgatados?

84. Ainda: Que nova piedade de Deus e do papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga ?

85. Ainda: Por que os cânones de penitência, que de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgências como se continuassem bem vivos e em vigor ?

86. Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é a mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de São Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres ?

87. Ainda: Que ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste direito à indulgência plenária ?

88. Afinal: que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como já o fez cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito.

89. Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes ?

90. Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.

91. Se a indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido.

92. Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há paz.

93. Abençoados seja, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.

94. Admoestem-se os cristãos a que se empenham em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.

95. E assim esperem mais entrar no reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.



domingo, 22 de maio de 2011

7º ano - Idade Média - Colonato x Comitatus

Alguns alunos ficaram com uma dúvida na hora de relacionar as heranças germânicas e romanas do mundo medieval. Ao falarmos em feudo, estamos falando de um local que recebeu influências destes dois povos (Romanos e Germânicos). De maneira bem resumida, o colonato é uma tradição sobre a exploração da terra, enquanto o comitatus é uma tradição sobre uma relação militar.


COLONATO: As terras são de posse de um senhor, enquanto que o colono é aquele que trabalha diretamente na terra. Como pagamento pelo uso da terra, os colonos dão ao senhor uma parte de sua produção.

COMITATUS: É uma série de obrigações que os chefes militares têm com seus guerreiros. Envolve fidelidade e proteção. Estas obrigaçoes influenciaram fortemente aquilo que ficou conhecido como Suserania e Vassalagem.

Espero ter respondido a dúvida.

Até a próxima!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

VIVENCIANDO A HISTÓRIA

A carta é um dos instrumentos mais úteis em situações diversas. É um dos mais antigos meios de comunicação. A mesma apresenta também um duplo valor histórico. De um lado, tem a importância de ser um registro documental, constituindo uma espécie de fonte histórica. De outro, tem o mérito de revelar que a história se faz também a partir de fatos corriqueiros (como o "baile das quatro botas"), protagonizados por pessoas comuns e sem intenções de grandiosidade e heroísmo.
Partindo desta concepção, foi solicitado aos alunos do 9º ano da Escola Santo Izidoro, que produzissem uma carta unindo o conteúdo estudado em sala de aula (História do Acre), imaginando a vida de um seringueiro, o que sentia, como vivia, as angústias etc...Vamos lá turminha, solte a imaginação!!!!

Veja algumas produções:
Seringal João Havelange
Data: 31/06/1902
Minha mãe estou com muita saudades, aqui onde eu estou está muito ruim, pois quando vim pra cá achei que iria ficar rico. Vim atrás da seringueira, às pessoas diziam que ela iria dar muito dinheiro, pois ela dá um leite branco que chamamos de borracha. Então, minha mãe, aqui está muito difícil, pois os bolivianos estão querendo tomar nossas terras do Acre, mas nós estamos lutando para conquistar nossas terras.
Mãe aqui nós dançamos com homens, nossa dança é chamada “dança das quatro botas”, aqui no seringal tem uma mulher, filha do coronel, eu estou paquerando ela, mas seu pai é muito bravo, um dia quando eu estava dançando chegou um homem elegante de roupa branca e levou a filha do coronel, depois disso ela nunca mais voltou dizem que foi o boto que tinha levado a filha do coronel.
Eu vivo na mata tirando o leite da seringueira para fazer borracha, um dia minha mãe eu quase fui comido pela onça, mas eu dei um tiro nela e ela morreu. Mãe um beijo estou com saudades.
                                                            Assinado: Francisco Antônio.
Aluno: Wellington Lopes de Sousa.
Escola: Santo Isidoro 9ºano ´´A´´ nº36

Seringal da borracha
Data 12.08.1887
Tio estou aqui no seringal da borracha. Eu quero te dizer
Que aqui estar muito ruim, porque os turistas querem extrair à borracha daqui para levar para outros países, para pesquisa, porque eles descobriram que a borracha daqui é muito valiosa, mas nós estamos se reunindo para impedir que eles levem a borracha, ou seja, o látex.
Mais eles vieram com ferramenta mais adequada e extraíram o látex e levaram para os Estados Unidos, lá eles descobriram que o látex valia muito dinheiro.
Nós aqui trabalhamos muito; a gente vende, mas o dinheiro só dá pra pagar a mercadoria que eu comprei.
Aqui a gente sai de manhã cedo, mas com muito medo porque há muitas onças que devoram a gente o único modo de ver é com uma lamparina na cabeça e para se defender só um machado. Muitas pessoas já morreram aqui por onça e tem muitos turista querendo pesquisar sobre a borracha.
Falando dos Estados Unidos eles levaram a borracha e agora com a borracha estão fazendo pneus, sandálias etc...
Feito por: Tulio
Número: 35.

SERINGAL OCO DO MUNDO
Data:17/08/1902
    Querida mãezinha estou com muitas saudades da senhora, quero lhe dizer que eu estou bem, as coisas aqui vão difícil, mas todo dia antes de dormir peço a DEUS que me dê forças para conseguir viver mais.
    Mãe, eu saio de madrugada para corta seringa, devido ser muito longe e os animais ferozes, como onça, entre outros. Eu trabalho muito para conseguir alimentos, estou devendo muito no barracão, por isso tenho que trabalhar dobrado, senão o senhor manda me matar.
    Mas, eu vou conseguir pagar, é eu sei que um dia eu vou morar com a senhora, com toda minha família, mãe eu tenho uma esposa, duas filhas, e um filho, eu tenho muito orgulho de minha família, meu filho me ajuda com os trabalhos, minha filhas ajudam sua mãe nas coisas de casa.
   Os patrões estão planejando derrubar as seringueiras, mais nós vamos conseguir impedir, não vamos deixar que eles acabem com nossas riquezas naturais.
    Mãe eu encerro por aqui: De seu Filho, Juvenal Batista da Silva.
Assinado:Janaina Santana de Souza.

Seringal Onde a Onça Bebe Água
Oi minha querida, aqui a vida é muito difícil sem você aqui a vida é muito ruim, tem pouco emprego, eu estou dormindo na rua, pois não tenho onde dormi estou passando muita fome mais tudo isso vai valer apena por nós dois.
Sim daqui alguns meses eu vou voltar para te ver, estou com muita saudade.
Meu amor eu vim para cá para dar uma vida melhor para nossos filhos, mas aqui a vida não é como eu pensei, estou devendo muito no barracão, mas não consigo pagar. Eu pensei que eu ia ficar rico, mas não deu certo.
Um beijo depois volto a escrever tchau.
João
Aluno: Kalil

Seringal Leite Branco
Data:09/02/1905
Minha querida esposa, como vão as coisas aí? Como estão os meus filhos, o papai e a mãe? Dizem que aí no Nordeste está uma seca horrorosa né? Vou tentar ganhar dinheiro aqui com a borracha, mais minha queria esposa Rosa, aqui eu não estou tendo lucro na borracha, estou com muito medo de morrer aqui, semana passada uma onça matou um amigo seringueiro.
Aqui a minha casa é no meio do seringal, de noite eu fico com muito medo, saio de madrugada para cortar seringa com muito medo, tem dias que o eu até tiro muito leite, mais quando chove o látex não dá nada.
A nossa diversão aqui é a dança das quatro botas, aonde os homens dançam com outros, acho meio frescurento, mas é o jeito.
Minha preocupação é não voltar para o Nordeste, eu trabalho pra pagar as contas, aí não dá de receber nenhum dinheiro, é totalmente um trabalho escravo, e o ruim é que eu acho que estou com malária, estou preocupado para não morrer, não queria falar isso para preocupa-la, mais tenho que dizer a verdade, se eu não voltar é por causa da malária ou até mesmo ser morto pelas onças, de seu marido,
Paulo da Silva.
Todos os direitos reservados!
By:Adek Santos

terça-feira, 17 de maio de 2011

ALGUMAS SUGESTÕES DE FEUDOS (7º ANO)










AS CRUZADAS (7º ANO)

Introdução

As Cruzadas eram expedições de cristãos para libertar a Terra Santa (atual Palestina) dos turcos (muçulmanos), e eram patrocinadas pela Igreja Católica (Papa). O nome Cruzadas é porque os cristãos teciam uma cruz nas suas roupas, simbolizando o voto prestado à igreja.

Causas
Várias foram as causas das Cruzadas:

O papa Urbano II queria reerguer a unidade católica no oriente, que decaiu com a Cisma do Oriente (1054)

Muitos acreditavam que seguindo as cruzadas, alcançariam a salvação.

Naquela época não havia parque de diversão, então, para fugir do cotidiano das grandes cidades, eles partiam para as Cruzadas

Claro, interesses comerciais nas ricas terras do oriente.

Como hoje, o papa e outras “santidades”, como Pedro o Eremita, tinham grandes poderes de influenciar o povo. Eles reuniram grandes multidões, de maioria pobre e miserável, para organizar uma Cruzada, chamada de Cruzada Popular. Conseguiram chegar em Constantinopla, mas com poucos recursos, cansados. Quem não gostou disso foi o imperador bizantino Aleixo Commeno, que incentivou os cruzados à atacar os infiéis, resultado: uma tremenda carnificina, quase todos os cruzados morreram. Depois disso, a cruzada ficou conhecida como Cruzada dos Mendigos.

Outra cruzada, desta vez formada por senhores feudais, condes, duques, etc, partiu para a Terra Santa, com o apoio dos Bizantinos. Com todo o poderio econômico e militar unidos, foi fácil conquistar Jerusalém, em 1099. Essa conquista custou milhares de vidas de judeus e muçulmanos. Nas terras conquistadas foram criadas o Reino de Jerusalém, Condado de Edessa, Condado de Trípoli e Principado de Antioquia . Mas logo essas terras ficaram precárias, em razão das constantes batalhas travadas por muçulmanos e os nativos contra os cristãos. Para tentar se manter nas regiões conquistadas, os cristãos criaram duas ordens: os Templários e os Hospitalários:

Templários: formar um exército para controlar os novos domínios, para isso, deveriam construir fortalezas, fossos, muros, etc. Também se juntou à ordem uma milícia de monges cavaleiros.

Hospitalários: como o nome já diz, criaram estabelecimentos para acolher os peregrinos mais pobres, construíram hospitais. Um tempo depois, formaram um exército para defender o Santo Sepulcro.

Em vista das seguidas derrotas dos cristãos na Terra Santa, foi organizada mais uma cruzada (Segunda Cruzada): Luís VII e Conrado III (França e Alemanha) foram os líderes. Foi apenas mais uma derrota.

A retomada de Jerusalém

No ano de 1187, tropas de muçulmanos comandados por Saladino rumaram para Jerusalém, e a reconquistaram facilmente. Saladino foi gentil com os cristãos, evitou o massacre de milhares de pessoas.

Em 1189 foi organizada a Terceira Cruzada, comandada pelo rei da Inglaterra Ricardo Coração de Leão, o rei da França Filipi Augusto, e o imperador alemão Frederico Barba-Ruiva (Barba-Roxa). Esta Cruzada começou dando certo, mas logo os problemas chegaram. Frederico se afogou num rio na Síria, Filipe Augusto tomou o Acre e voltou pra França. Ricardo Coração de Leão ganhou de Saladino duas vezes, mas não conseguiu tomar Jerusalém. Então, Saladino e Ricardo fizeram um acordo, que permitia a entrada de cristãos para fazerem suas peregrinações na Terra Santa. Ricardo voltou logo pra Inglaterra, pois seu irmão estava tentando derrubá-lo e tomar o poder. Foi preso no caminho, na Áustria, e sua mãe teve de pagar o resgate. Retomou o poder, mas em 1199 foi morto quando combatia um vassalo insubmisso.

A Quarta Cruzada (1202-1204) teve seu rumo desviado pelas influências dos comerciantes venezianos, foram para Constantinopla, que foi tomada e saqueada. Algumas partes da cidade ficaram sob domínio cristão até 1261.

A Cruzada das Crianças foi outro fracasso, no ano de 1212. Os cristãos acreditavam que as crianças de alma pura poderiam reaver o Santo Sepulcro. Eram milhares delas. A maioria morreu de fome, frio, ou foram sequestradas para serem vendidas como escravas.

Outro fracasso foi a Quinta Cruzada (1217-1221), comandada por André II, rei da Hungria, e Leopoldo VI, duque da Áustria.

Entre 1228 e 1229 aconteceu a sexta cruzada, liderada por Frederico II, imperador alemão. Desta vez usaram a diplomacia para consequir o que queriam: os turcos entregaram as cidades de Jerusalém, Nazaré e Belém. Mas elas logo foram retomadas pelos muçulmanos.

A sétima cruzada (1248-1254) e a oitava cruzada foram comandadas por Luís IX, rei da França, que de tanta piedade que teve dos muçulmanos acabou virando santo, conhecido hoje por São Luís. Na sétima cruzada, Luís foi derrotado, acabou preso e seus compatriotas tiveram de pagar uma pesada fiança para livrá-lo. Na oitava cruzada, Luís atacou a cidade de Túnis, no norte da África, mas morreu lá em razão de uma forte dor de barriga.

Resultados

Entre os resultados que as cruzadas tiveram, podemos citar:

- Aumento do comércio ocidente-oriente.

- A burgueria européia ficou mais rica, às custas dos nobres e cavaleiros que foram às cruzadas.

- Com tanto movimento de pessoas, as cidades e o comércio entre elas se desenvolveram.

- Alguns dos costumes orientais foram incorporados ao ocidente.

- Produtos novos orientais foram trazidos para a europa, como Arroz, Canela, pimenta, cravo, açúcar, algodão, café e perfumes.

- A intolerância aos judeus na europa cresceu, havendo muitos massacres.

REFORMA E CONTRA-REFORMA (8º ANO)

Reforma Protestante
Causas da Reforma Protestante

Fatores religiosos

  •  Milhares de pessoas, sem saberem, compravam espinhos que pensavam ter coroado face de Cristo, panos que pensavam ter sangue do rosto do Salvador, objetos pessoais dos santos...
  •  A Igreja passou a vender, também, o perdão dos pecados. Mediante um bom pagamento, destinado a financiar obras da Igreja, os fiéis poderiam comprar a salvação e a entrada direta para o céu ou paraíso.
  • A maior parte dos sacerdotes desconhecia a própria doutrina católica e demonstrava absoluta falta de preparação para desempenhar funções religiosas, apesar dos mesmos serem considerados os intermediários entre os homens e Deus.
  • A divulgação dos textos sagrados e de outras obras religiosas contribuiram para que surgissem diferentes interpretações da doutrina cristã.
Fator socioeconômico

  • A Igreja católica, durante o período medieval condenava o lucro excessivo e defendia o preço justo. Grande número de comerciantes não se sentia à vontade para extrair o lucro máximo, assim viviam ameaçados com o inferno.
Fatores políticos

  • Com o fortalecimento das monarquias nacionais, os reis passaram a encarar a Igreja, que tinha sede no Vaticano e utilizava o latim, como entidade estrangeira que interferia com os seus países. A Igreja, por seu lado, insistia em se apresentar como instituição universal que unia o mundo cristão. 
  •  Essa noção de universalidade, entretanto, perdia força, pois crescia o sentimento nacionalista. Cada Estado, com sua língua, seu povo e suas tradições, estava mais interessado em afirmar suas diferenças em relação aos outros.

Fundadores das religiões Protestantes

O Luteranismo foi fundado por Marinho Lutero.

O Calvinismo foi iniciado por João Calvino.

O Anglicanismo foi iniciado por iniciativa de Henrique VIII.

A Contra-Reforma

Medidas tomadas
Os meios de controle da cultura e da repressão de novas ideias foram a Inquisição e o Índex:

  •  Inquisição: Já existia desde o século XII, destinada a defender a fé católica: viajava, perseguia e condenava aqueles que fossem suspeitos de praticar outras religiões. Na verdade, a Igreja receava que as ideias inovadoras conduzissem os crentes à dúvida religiosa e à contestação da autoridade do Papa.
As novas propostas filosóficas ou científicas eram olhadas com desconfiança pela Inquisição. As pessoas viviam amedrontadas e sabiam que podiam ser denunciadas a qualquer momento sem que houvesse necessariamente razão para isso. Quando alguém era denunciado, levavam-no preso e, muitas vezes, era torturado até confessar. Alguns dos suspeitos chegavam a confessar-se culpados só para acabar com a tortura. No caso do acusado não se mostrar arrependido era condenado, em cerimônias chamadas autos-de-fé, a morrer na fogueira.

  •  Índex: A principal instituição com funções de censura foi a Congregação do Índex, fundada pelo papa em 1543. A sua função era a criação de uma lista que continha os livros proibidos pela igreja, por serem considerados perigosos para os católicos. Nesta lista constavam nomes de obras de escritores protestantes

A Reforma Católica

Reformar os costumes

Para fazer face às críticas tentaram reformar um pouco os costumes e a forma de organização da igreja:

  •  Criação de novos seminários para a formação
  •  Proibição da acumulação de cargos
  • Exigência do celibato
  • Organização de grandes cerimônias de culto com o objetivo de atrair seguidores
  • Construção e renovação das igrejas com decorações mais ricas
Concílio de Trento (1545-1563)

• Convocado pelo papa Paulo III para discutir os problemas da fé católica.

• Reafirmação dos dogmas católicos

• Moralização do clero

• Reativação dos seminários

• Estabelecimento dos objetivos da contra-reforma

• Confirmação do culto à virgem e aos santos, da existência do purgatório

• Proibição da venda de cargos

• Proibição da venda do perdão

• Confirmação do casamento eterno e do culto às imagens

• As missões jesuítas eram “cidades” construídas pelos índios sob visão dos jesuítas, onda ocorria a catequização dos índios, aculturação…

quinta-feira, 12 de maio de 2011

HISTÓRIA E O TEMPO (6º ANO)

Um dos diversos instrumentos que o homem concebeu para medir o tempo foi a ampulheta. Também conhecido por relógio de areia, a sua invenção é atribuída a um monge de Chartres, de nome Luitprand que viveu no século VIII.
No entanto as primeiras referências deste tipo de objeto aparecem apenas no século XIV. È formada por dois cones ocos de vidro, unidos pelo gargalo, de modo a deixar passar a areia de um para outro num determinado intervalo de tempo, através de um orifício. Para proteger o conjunto era usada uma armação de madeira ou latão. Mais tarde as ampulhetas foram feitas de uma só peça de vidro com um orifício para passagem da areia.

NA PRÁTICA
Os alunos do 6º ano "A" da Esc. de Ensino Fundamental Santo Izidoro, vivenciaram na prática a construção de uma AMPULHETA. Pois, os mesmos estão estudando sobre diferentes maneiras de medir o tempo ao longo da história. E para que pudessem entender melhor como os povos de antigamente faziam para medir o tempo, eles confeccionaram uma ampulheta, que era um dos instrumentos utilizados na época. A ampulheta foi confeccionada usando garrafinha “pet”, areia e durex.
Os alunos adoraram a criação!

Confira as fotos na galeria.















domingo, 8 de maio de 2011

O FEUDALISMO (7º ANO)

Formação

A formação do feudalismo, desenvolveu-se num longo período, que engloba a crise do Império Romano a partir do século III, a formação dos Reinos Bárbaros e a desagregação do Império Carolíngeo no século IX.
Introdução

A formação do feudalismo, na Europa Ocidental, envolveu uma série de elementos estruturais, de origem romana e germânica, associados aos fatores conjunturais, num longo período, que engloba a crise do Império Romano a partir do século III, a formação dos Reinos Bárbaros e a desagregação do Império Carolíngeo no século IX.

A Crise Romana

A partir do século III a crise do Império romano tornou-se intensa e manifestou-se principalmente nas cidades, através das lutas sociais, da retração do comércio e das invasões bárbaras. Esses elementos estimularam um processo de ruralização, envolvendo tanto as elites como a massa plebéia, determinando o desenvolvimento de uma nova estrutura sócio econômica, baseada nas Vilae e no colonato.

As transformações da estrutura produtiva desenvolveram-se principalmente nos séculos IV e V e ocorreram também mesmo nas regiões onde se fixaram os povos bárbaros, que, de uma forma geral, tenderam a se organizar seguindo a nova tendência do Império, com uma economia rural, aprofundando o processo de fragmentação.

Em meio a crise, as Vilae tenderam a se transformar no núcleo básico da economia. A grande propriedade rural passou a diversificar a produção de gêneros agrícolas, além da criação de animais e da produção artesanal, deixando de produzir para o mercado, atendendo suas próprias necessidades.

Foi dentro deste contexto que desenvolveu-se o colonato, novo sistema de trabalho, que atendia aos interesses dos grandes proprietários rurais ao substituir o trabalho escravo, aos interesses do Estado, que preservava uma fonte de arrecadação tributária e mesmo aos interesses da plebe, que migrando para as áreas rurais, encontrava trabalho.

O Colono

O colono é o trabalhador rural, colocado agora em uma nova situação. Nas regiões próximas à Roma a origem do colono é o antigo plebeu ou ainda o ex-escravo, enquanto nas áreas mais afastadas é normalmente o homem de origem bárbara, que, ao abandonar o nomadismo e a guerra é fixado à terra

O colono é um homem livre por não ser escravo, porém está preso à terra.

A grande propriedade passou a dividir-se em duas grandes partes, ambas trabalhadas pelo colono; uma utilizada exclusivamente pelo proprietário, a outra dividida entre os colonos. Cada colono tinha a posse de seu lote de terra, não podendo abandona-lo e nem ser expulso dele, devendo trabalhar na terra do senhor e entregar parte da produção de seu lote.

Dessa maneira percebe-se que a estrutura fundiária desenvolve-se de uma maneira que pode ser considerada como embrionária da economia feudal

É importante notar que durante todo o período de gestação do feudalismo ainda serão encontrados escravos na Europa, porém em pequena quantidade e com importância cada vez mais reduzida.
    gravura que retrata o trabalho do camponês no feudo


O feudalismo é um sistema econômico, político e social fundamentado na propriedade sobre a terra. Esta pertence ao senhor feudal que cede uma porção dessa terra ao vassalo em troca de serviços ocasionando uma relação de dependência.

                     Ilustração de um Feudo

O feudalismo se inicia com o período das invasões bárbaras e a posterior queda do Império Romano do Ocidente (Século V) que transformam toda a estrutura política e econômica da Europa Ocidental descentralizando-a. Os povos “bárbaros” ao ocuparem parte das terras da Europa Ocidental contribuem com o processo de ruralização e o surgimento de diversos reinos, dentre os quais se destacou o Reino dos Francos. Mas é no Reino Carolíngeo que se solidificam as principais estruturas do feudalismo.

Predominante durante toda a Idade Média, o feudalismo se caracteriza pelas relações de vassalagem (dependência pessoal) e de autoridade e posse da terra. As vilas e o colonato tornam-se o centro da nova estrutura sócio-econômica que tem um sistema produtivo basicamente voltado para o suprimento das necessidades individuais dos feudos.

Os feudos, por sua vez, constituíam a unidade territorial da economia feudal, caracterizando-se pela sua auto-suficiência econômica, produção predominantemente agropastoril e ausência quase total de comércio. Nos feudos, a produção de arte ocorre nos castelos.

Geralmente divididos em três áreas: o domínio, exclusivamente do senhor feudal e trabalhada pelo servo; a terra comum, matas e pastos que podem ser utilizados tanto pelo senhor quanto pelos servos; e o manso servil, que destinado aos servos era dividido em áreas denominadas “glebas” de onde metade de toda produção deveria ser destinada ao senhor feudal (talha – um tipo de imposto), os feudos podiam tanto ser enormes territórios com cidades inteiras dentro deles, ou apenas uma fazenda, variando muito de um para o outro. Na época do Reino Carolíngeo, feudo significava “benefício”, era o nome dado ao benefício que o suserano cedia ao vassalo e, que na maioria das vezes era a posse de terras. Daí o porquê que “feudo” designa hoje a propriedade em si.

Com uma estrutura social estática e hierarquizada podemos identificar a vassalagem e a suserania como as principais relações da sociedade feudal. O senhor feudal ou suserano era quem tinha a posse das terras e as cedia aos vassalos que deveriam trabalhar nelas para sustento próprio e, no que chamavam de corvéia, o trabalho gratuito para o senhor feudal durante três dias por semana.

A sociedade era basicamente composta por duas camadas principais: os senhores e os servos. O clero, embora de muita importância na sociedade feudal, não constituía uma classe separada uma vez que os componentes do clero, ou eram senhores (alto clero), ou eram servos (baixo clero). Entretanto, a relação de suserania é mais complexa uma vez que as terras eram cedidas não aos camponeses, mas a outros senhores ou cavaleiros que assumiam um compromisso de fidelidade com o suserano. Este cedia terras em troca de mais poder e um aumento no contingente de seu exército. O que, na prática, não significava que ele possuía poder sobre os outros feudos uma vez que o poder era descentralizado.

A Igreja nesse período assume a posição de único poder centralizado. Aliás, a que se considerar a enorme importância da Igreja na sociedade feudal uma vez que naquela época toda a formação moral, social e ideológica era fortemente influenciada pelo clero.

O fim do sistema feudal costuma ser delimitado pela queda do Império Romano do Oriente (Queda de Constantinopla) no século XV e, na Europa deveu-se a diversos motivos econômicos, sociais, políticos e religiosos. Dentre eles podemos destacar a fome ocasionada pela estagnação das técnicas agrícolas aliada ao crescimento excessivo da população; a peste que assolou a Europa dizimando um terço da população já bastante debilitada pela fome; o esgotamento das reservas minerais que abalou a produção de moedas afetando inevitavelmente as operações bancárias e o comércio; a ascensão da burguesia e a crise religiosa ocasionada pela necessidade de uma nova filosofia religiosa e novas necessidades espirituais.








sábado, 7 de maio de 2011

FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS MODERNOS (8º ANO)

A formação dos Estados Nacionais aconteceu no período da história europeia compreendido na Baixa Idade Média (Séculos XI a XIV), onde após a fracassada pretensão da Igreja de Roma de unificar o continente sob sua batuta, os diferentes povos europeus começaram a unir-se em torno de um grande líder, que fosse mais forte que os líderes regionais para unificar as diferentes e fragmentadas regiões que formavam a “colcha de retalhos” que era o mapa europeu da época.

Luís XIV da França, o "Rei Sol"

Com essa nova configuração sócio-política, os reis passaram a assumir um perfil próximo ao do absolutismo, que teve seu auge com Luís XIV (o autor da famosa frase “o Estado sou eu“), e através desta força do monarca, subjugando os líderes locais é que o Estado Nacional moderno como conhecemos hoje pôde surgir.

Com exceção do Sacro-Império Romano Germânico e dos Estados Italianos, que continuaram mantendo uma estrutura medieval, ou seja, de fragmentação em mini-estados dentro de uma pseudo-coletividade até cerca do século XIX, toda a Europa seguiu gradualmente em direção à construção dos Estados modernos que conhecemos ainda hoje, sendo o primeiro deles Portugal, em 1140, resultado da reconquista cristã da Península Ibérica.

Importante notar que a burguesia da época deu o apoio decisivo para que os estados nacionais se formassem.

A força de líderes locais era um obstáculo deveras negativo para o desenvolvimento do comércio trans-europeu e das atividades financeiras, já que cada senhor local estabelecia suas próprias taxas, leis e regulamentações.

O poder centralizado obviamente interessava ao monarca, particularmente, pois a nova ordem trazia o seu fortalecimento político, uma maior atuação administrativa e uma maior independência do poder da igreja.

Assim, o rei podia livremente exercer dentro de seu reino suas convicções, ideias e valores, algo que antes da origem do Estado Nacional era tolhido pela ação dos líderes regionais. Assim, é natural que tenha ocorrido uma aliança entre reis e burguesia, pois a liberdade de ação que a nova situação proporcionava a ambos era extremamente vantajosa.

Para a consolidação de tal realidade fazia-se necessário a formação de uma burocracia política e administrativa, bem como a de um exército nacional, obra a ser financiada pelos impostos cobrados à população, além do financiamento proporcionado por ricos banqueiros e comerciantes. Com esses importantes financiamentos, esses capitalistas pioneiros tornam-se patronos do Estado, recebendo vantagens comerciais e alfandegárias, desse modo, uma classe apoiava-se na outra, garantindo a realidade que permitia a uma classe a existência da outra.

Do outro lado, os antigos senhores feudais locais começam a formar a classe da aristocracia, que, para manter o status quo, era virtualmente “sustentada” pelo monarca e pela burguesia, mantendo assim, o reino em paz, livre de conflitos internos. Tal situação transformava esses nobres numa classe parasitária, que de fato, em nada contribuía para o progresso social ou econômico do reino, vivendo às custas deste.

Tal contradição no sistema social do Estado Nacional iria entrar em crise por volta do século XVIII, época da Revolução Francesa e da independência norte-americana, onde a situação de parasitismo da nobreza causou uma situação insustentável, que drenava as riquezas do estado, mantendo a população em um estado de pobreza inaceitável, causando, enfim, a extinção do estado absolutista, com um monarca forte.

Bibliografia:

http://ceejohistoria.blogspot.com/2008/12/formao-dos-estados-nacionais.html

http://www.piracaia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=198:formacao-dos-estados-nacionais&catid=53:kin&Itemid=120

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Algumas curiosidades sobre a História do Brasil

O primeiro encontro conta Caminha que dois índios foram levados à presença de Cabral e, dentro do navio, não demonstraram nenhum espanto, nem mesmo quando viram um carneiro. Porém ficaram muito assustados diante de uma galinha. Depois, sem nenhum medo dos portugueses, deitaram no chão e, como se estivessem na própria aldeia, dormiram tranquilamente.

Cabral não era almirante? Não se deve dizer que Pedro Álvares Cabral era almirante. Na verdade ele era o capitão-mor da esquadra. Naquele tempo, almirante não era posto da marinha, mas um título de nobreza. Quem recebeu o título de almirante, dado pelo rei, foi Vasco da Gama.

Puxa-puxa, marmelada e pão-de-ló Estes três doces ficaram bem populares no Brasil: o puxa-puxa, que os árabes inventaram e levaram para Portugal; a marmelada, muito apreciada pelos bandeirantes e o pão-de-ló que se oferecia ao condenado à morte, como última refeição, acompanhado de vinho. Era, por isso, também chamado de bolo do enforcado.

Apelidos curiosos O português Jerônimo de Albuquerque, que se uniu à filha do chefe Arcoverde, batizada com o nome de Maria do Espírito Santo Arcoverde, teve vinte e dois filhos e, por isso, foi apelidado “Adão Pernambucano”. Nas lutas contra os índios, Jerônimo de Albuquerque perdeu um olho: deram-lhe, então, o apelido de “O Torto”.

O mameluco fidalgo Jerônimo de Albuquerque foi no Brasil o primeiro descendente de índio que teve um título de nobreza dado pelo rei: o de Cavaleiro Fidalgo da Casa Real.

O desejo de D. Pedro II “Se eu não fosse imperador queria ser mestre-escola!”