domingo, 15 de dezembro de 2013

Teoria da História

Teoria da Historia  é um campo de estudo que busca entender as diversas teorias que envolve o conhecimento Histórico. Justamente por não ter uma concepção única de analisar o passado, todas essas teorias alimentam vários debates entres várias concepções. As correntes mais famosas, e principais são elas: positivismo, Escola dos Annales, Nova História, Microhistória.
Positivismo foi elaborado por Augusto Comte no século XIX. Tal teoria acreditava que os pesquisadores deveriam encontrar um fator que determinasse a verdadeira história, ela seria indiscutível e encontrada nos documentos governamentais, que por isso, nunca estariam errados. De acordo com esse pensamento, apenas as histórias politicas teriam importância de serem verificadas. Além disso, defende a ideia que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro, podendo-se afirmar que uma teoria é verdadeira apenas se a mesma for comprovada através de métodos científicos válidos. Assim, os positivistas, excluem tudo o que se refere a crenças, supertiçoes, ou qualquer outra coisa que não possa ser comprovada cientificamente. Toda essa devoção à ciência fez com que com o Positivismo fosse considerado como “a religião da humanidade”.
Escola dos Annales é uma corrente historiográfica nascida na França, em torno da revista “Annales d'histoire économique et sociale”, e criada por Marc Bloch  e Lucien Febvre que acreditavam que era insuficientes a forma com que a história era tratada. Apesar disso, não foram os primeiros a propor novas abordagens a História. Tal corrente se destaca por incorporar métodos das Ciências Sociais à História, o que ampliou o quadro das pesquisas históricas com a incorporação de atividades até então pouco investigadas, rompendo assim com a compartimentação das Ciências Sociais (História, Sociologia, Psicologia, Economia, Geografia) e privilegiando os métodos pluridisciplinares.
Nova História é a corrente historiográfica correspondente a terceira geração da “Escola dos Annales”. Surgiu nos anos de 1970 e seu nome derivou da publicação da obra “Fazer a História”, organizadas pelos historiógrafos Jacques Le Goff e Pierre Nova. Tal corrente é acima de tudo a historia das mentalidades. Seus seguidores propõe que se estabeleça uma historia serial das estruturas mentais das sociedades, e cabe ao historiador a análise dos dados.
E a Microhistoria é um gênero historiográfico que surge com a publicação da coleção “Microstorie”, sob a direção de Carlo Ginzburg e Giovanni Levi entre 1981 e 1988. A proposta de análise histórica defende uma delimitação extrema do tema por parte do historiador (inclusive em termos de espacialidade e de temporalidade). Com todo esse objeto (tema) bem delimitado a análise se desenvolve a partir de uma exploração exaustiva das fontes. O próprio Giovanni Levi conceitua a microhistoria como se fosse um “zoom” em uma fotografia, o pesquisador observa um pequeno espaço ampliado, mas, ao mesmo tempo, tendo em conta o restante da paisagem, apesar de não estar ampliada.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Microhist%C3%B3ria

domingo, 9 de junho de 2013

MITOLOGIA

Narcisismo



              Narciso era um belo rapaz, filho do Deus do rio Céfiso e da ninfa Liríope. Por acasião de seu nascimento, seus pais consultaram o oráculo Tirésias para saber qual seria o destino do menino. A resposta foi que ele teria uma longa vida, se nunca visse a própria face. Muitas moças e ninfas apaixonaram-se por Narciso, quando ele chegou à idade adulta. Porém, o belo jovem não se interessava por nenhuma delas. 
              Segundo a mitologia existia uma ninfa bela e graciosa tão jovem quanto Narciso,chamada Eco e que amava o rapaz em vão. A beleza de Narciso era tão incomparável que ele pensava que era semelhante a um Deus, comparável à beleza de Dionísio e Apolo. Como resultado disso, Narciso rejeitou a afeição de Eco até que esta, desesperada, definhou, deixando apenas um sussurro débil e melancólico. Para dar uma lição ao rapaz frívolo, a deusa Némesis condenou Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco.Encantado pela sua própria beleza, Narciso deitou-se no banco do rio e definhou, olhando-se na água e se embelezando. As ninfas construíram-lhe uma pira, mas quando foram buscar o corpo, apenas encontraram uma flor no seu lugar: o narciso; e então dai o nome narciso a flor.                                                           Narcisismo
              Denominamos de “narcisistas” as pessoas que, egoisticamente, só pensam à partir de si mesmas, desprezando os sentimentos dos outros. A imagem refletida nas límpidas (ou diríamos turvas?) águas de nossa imaginação, não possui equivalência no mundo real. Imaturo, o narcisista vê “o Outro” com indiferença e desdém, tornado-se impossibilitado de penetrar no mundo alheio. Anseia por aplausos, subserviência e bajulação.              Há um grau razoável de amor-próprio saudável e até mesmo necessário para que se equilibre a percepção de nossas necessidades em relação às de outrem.
              Mas em desmedida, a auto-suficiência torna o narcisista incapaz de amar outra pessoa.
              Em psicologia e psiquiatria, o narcisismo excessivo é o que dificulta o individuo a ter uma vida satisfatória, é reconhecido como um estado patológico e recebe o nome de Transtorno de personalidade narcisista. Indivíduos com o transtorno julgam-se grandiosos e possuem necessidades de admiração e aprovação de outras pessoas em excesso. Este mito ilustra bem o risco do narcisismo, simbolizado pela vaidade, pelo solipsismo, que significa considerar exclusivamente o “eu” como única realidade.
 
A Caixa de Pandora





A caixa de Pandora é um mito grego no qual a existência da mulher e dos vários males do mundo são explicados. Tudo começa quando Zeus, o deus de todos os deuses, resolveu arquitetar um plano para se voltar contra a ousadia de Prometeu – que entregara aos homens a capacidade de controlar o fogo. Para tanto, Zeus decide criar uma mulher repleta de dotes oferecidos pelos deuses e a oferece a Epimeteu, irmão de Prometeu.

Antes disso, Prometeu recusou a jovem Pandora de Zeus temendo que ela fizesse parte de algum plano de vingança da divindade roubada. Ao aceitar Pandora, Epimeteu também ganhou uma caixa onde estavam contidos vários males físicos e espirituais que poderiam acometer o mundo. Desconhecedor do conteúdo, ele foi somente alertado de que aquela caixa não poderia ser aberta em nenhuma hipótese. Com isso, o artefato era mantido em segurança, no fundo de sua morada, cercado por duas gralhas barulhentas.

Aproveitando de sua beleza, Pandora convenceu o marido a se livrar das gralhas que lhe causavam espanto. Após atender ao pedido da esposa, Epimeteu manteve relações com ela e caiu em um sono profundo. Nesse instante, não suportando a própria curiosidade, Pandora abriu a caixa proibida para espiar o seu conteúdo. Naquele momento, ela acabou libertando várias doenças e sentimentos que atormentariam a existência do Homem no mundo. Zeus assim concluía o seu plano de vingança contra Prometeu.

Logo percebendo o erro que cometera, Pandora se apressou em fechar a caixa. Com isso, ela conseguiu preservar o único dom positivo que fora depositado naquele recipiente: a esperança. Dessa forma, o mito da Caixa de Pandora explica como o Homem é capaz de manter-se perseverante mesmo quando as situações se mostram bastante adversas. Além disso, esse mesmo mito explora a construção da identidade feminina como sendo marcada pela sensualidade e o poder de dissimulação.
 
O calcanhar de Aquiles





Aquiles é um dos mais famosos heróis gregos. Filho de Tétis e Peleu, teve seu principal momento no cerco à cidade de Tróia. Participou junto com outros heróis e príncipes da Grécia de várias batalhas. Tornou-se famoso por sua bravura e força.
Conta a mitologia grega que a mãe mergulhou Aquiles, recém-nascido, nas águas do Estige (rio que dava sete voltas no inferno). Este fato tornou o filho invulnerável, salvo pelo calcanhar que não foi banhado, pois a mãe o segurava por esta parte do corpo.

Para vingar a morte de Pátroclo, o companheiro mais próximo de Aquiles
, que sucumbira às mãos de Heitor, o mais valente dos filhos de Príamo,o rei de Tróia, Aquiles obteve finalmente sua vingança, matando Heitor. Amarrou então o corpo do derrotado ao seu carro, e o arrastou pelo campo de batalha.
Com a ajuda do deus Hermes, o pai de Heitor, Príamo, foi à tenda de Aquiles durante uma noite e implorou-lhe que permitisse realizar os ritos fúnebres que seu filho merecia.

A última passagem da Ilíada é o funeral de Heitor, após o qual o destino de Troia era apenas uma questão de tempo
. Durante a invasão de Tróia Aquiles foi mortalmente ferido no calcanhar por uma flecha envenenada arremessada por Paris (irmão de Heitor).

Existem outras versões sobre o ritual da imortalidade de Aquiles e sua morte,porém a versão contida neste artigo é considerada a mais confiavel e comumente relatada.

Caronte (Charon), o barqueiro dos mortos na mitologia grega.

        Sempre gostei de filmes épicos, a mitologia, as civilizações movidas e sustentadas pela sua virtude e devoção aos deuses, territórios conquistados e mantidos através de sangrentas guerras nas quais os homens ao contrário de hoje realmente acreditavam e lutavam por seus ideais.                  
        Enquanto assistia
Tróia vi personagens importantes morrendo e após a sua morte existia um ritual fúnebre bem peculiar, que aliás eu já tinha observado em outros filmes, um ritual em que o cadáver era exposto em um ponto alto cercado de pessoas e antes de ser cremado seus olhos eram cobertos por moedas. Ai me veio a dúvida, mas para que essas moedas? Pesquisei um pouco e acho que descobri a resposta...
 
        Estava encarregado de realizar a travessia dos mortos pelo Rio Estige (Styx), e só transportava almas cujos corpos tivessem sido enterrados com uma moeda (óbolo) debaixo da língua, com a qual deveriam pagar a travessia.
Aqueles que eram enterrados sem os rituais fúnebres de então, e não levavam a moeda para pagar a Caronte pela travessia, não podiam fazê-la, e o castigo era esperar por 100 anos vagando no limbo.
        As almas penadas e assombrações que vagavam assustando os vivos, eram aqueles que não puderam pagar o óbolo a Caronte.
 
Um desejo além da materialidade

 


        Apolo era o mais belo dos deuses do Olimpo, senhor da Arte, da Música e da Medicina. Ciente da própria beleza e confiante da sua destreza no arco e flecha, ainda mais depois de Ter matado a terrível serpente Píton, que da sua caverna no Monte Parnaso, assustava a todos os habitantes daquela terra abençoada, Apolo se vangloriou a Cupido dizendo que suas flechas podiam matar qualquer coisa e tentou tomar as flechas que o pequeno deus do Amor carregava, dizendo-lhe ser muito criança para carregar tais armas.

        Cupido respondeu-lhe que suas flechas poderiam de fato ferir tudo e todos mas as dele, Cupido, eram mais poderosas pois poderiam feri-lo, a ele, poderoso Apolo. Claro que Apolo não acreditou e riu-se do pequeno deus. O filho de Vênus então decidiu dar-lhe uma lição: escolheu uma flecha com ponta de ouro e outra com ponta de chumbo. A primeira atraía o amor e a segunda o repelia. Segurando seu arco encantado, Cupido pegou a flecha de ponta de chumbo e mirou na bela ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu. A de ouro não teve outro alvo que não o coração de Apolo.


        Ferido mortalmente por Cupido, o deus correu atrás de sua bela que horrorizada tentou escapar-lhe, correndo como se asas tivesse nos delicados pés.
        Impulsionado pela paixão, pela vontade de tocar o ser amado, de beijá-la e dizer-lhe o quanto a amava, Apolo corria como se perseguido pelas Fúrias.
        Desesperada, vendo que seu perseguidor estava cada vez mais próximo, Dafne gritou pelo pai para que a salvasse, mudando sua forma para que o impetuoso deus a deixasse em paz. Peneu fez o que a filha pediu.

        Quando Apolo estava quase tocando-lhe os cabelos, Dafne foi sentindo um torpor estranho, uma sensação de peso e, quando olhou para os pés, constatou que estava se transformando em uma planta. Ao ver sua amada transformada em um arbusto, Apolo chorou sentido e declarou que aquela planta - o loureiro, pois que não era outro - seria, a partir daquele infeliz dia, a sua planta, símbolo que o acompanharia para todo o sempre.

        Pois foi assim que a folha de louro foi associada ao belo e impetuoso Deus, símbolo do seu amor pela ninfa Dafne...
 
Você acredita em destino?
        
       Édipo é um personagem da mitologia grega,conhecido pela sua triste saga,em que embora ao longo da sua vida tenha tentado de diversas formas fugir de seu temido destino,acaba o concretizando e propagando uma maldição, no século XX recebeu uma atenção ainda maior após Sigmund Freud utilizar seu nome e história para simbolizar um dos seus famosos termos técnicos psicanalíticos o "Complexo de Édipo".


        Filho de Laio e de Jocasta, herdeiro da maldição que assolava os Labdácias, foi abandonado ao nascer no Monte Citerão, já que o  Oráculo de Delfos tinha predito a seu pai que se ele gerasse um filho, este o mataria. O criado, encarregado de executar essa missão perfurou-lhe os pés com um gancho de forma a poder suspender o menino numa árvore. Isso explica o fato pelo qual, ao ser encontrado por alguns pastores, foi chamado Édipo, que em grego significa “pés inchados”. Foi levado ao rei de Corinto, Pólibo, que, por não ter filhos, embora fosse casado com a rainha Peribéia,o adotou. Em certa ocasião, o jovem participava de um banquete, quando um coríntio referiu-se indiscretamente ao jovem como filho postiço. Intrigado, Édipo resolveu consultar o oráculo de Delfos para saber sua real origem. Além de não obter uma resposta precisa, o jovem se defrontou com uma revelação aterrorizante.

        A resposta que Édipo recebeu é que, não somente mataria seu pai, mas desposaria sua própria mãe, gerando uma raça maldita. No intuito de evitar uma tragédia, desesperado resolveu fugir de Corinto, deixando para trás Pólibo e Peribéia, quem de fato acreditava serem seus pais verdadeiros. À caminho da Fócida, onde os caminhos de Cáulis e Tebas se bifurcam, o pobre rapaz se deparou com Laio e sua escolta, composta por quatro pessoas além do rei: o arauto, um cocheiro e mais dois escravos. Este, cheio de impáfia, ordenou-lhe que desse passagem ao rei de Tebas. Como Édipo se recusasse sequer a alterar o passo, teve um de seus cavalos executados pelo rei. Ignorando a verdadeira identidade do rei, Édipo com o auxílio de sua arma, a bengala que o amparava no caminhar, e com grande violência, matou a golpes Laio.
        Chegando à Tebas, deparou com a Esfinge, monstro que vinha assolando a cidade há tempos. Descendente de uma família de monstros, sua mãe, Equidna, corpo de mulher e cauda de serpente que devorava todos os viajantes que dela se aproximassem. Ortro uniu-se a própria mãe, e dessa forma, tornou-se ao mesmo tempo pai e irmão da Esfinge. Esta havia sido enviada por Hera à cidade de Tebas para punir o rei Laio, responsável pelo suicídio de Crísipo, filho de Pélops. Misto de vários animais, a Esfinge tinha a cabeça e o busto de mulher, as patas de leão, o corpo de cão, cauda de dragão e asas como as das Hárpias.
Instalada à entrada da cidade, mais precisamente no Monte Ficeu, propunha aos forasteiros que ali chegavam um enigma de grande complexidade e de difícil resolução. Os que não fossem capazes de decifrá-lo eram sumariamente eliminados, pois a criatura além de matar, devorava sua vítima. O monstro já havia feito muitas vítimas e os habitantes estavam alarmados quando Édipo, buscando exílio, chegou à Tebas. Ao enfrentá-la, foi recebido com a seguinte pergunta: “Qual é o animal que pela manhã tem quatro pés, ao meio dia dois e à tarde três?” Édipo sem dificuldade respondeu que este animal era o homem, que na infância engatinha, depois passa a caminhar com os dois pés e na velhice, com o peso dos anos, necessita de uma bengala, ou seja, de uma terceira perna para se sustentar. Como já estava previsto pelo destino que no dia que alguém lograsse decifrar seu enigma a Esfinge morreria, esta, precipitou-se do alto de um precipício e morreu espatifada contra os rochedos.
        Aclamado pela população agradecida, tornou-se rei, e, por conseguinte, recebeu também a mão da rainha Jocasta em casamento. Em outras palavras, Édipo cumpriu a segunda e última parte da profecia, pois ao casar-se com a rainha, desposava na verdade, sua própria mãe. Quatro filhos foram gerados desta união: Etéocles, Polinice, Antígona e Ismena. O rei de Tebas reinou durante anos tranquilamente até o dia em que a população local começou a ser assolada por uma peste. O oráculo, novamente consultado, declarou que para cessar a epidemia, se fazia necessário encontrar o assassino de Laio e baní-lo definitivamente de Tebas. Tirésias, o grande vidente cego, trazido até a corte revelou a verdade sobre o crime e esclareceu a identidade e a história de Édipo. Jocasta, humilhada e sem poder suportar a vergonha, suicidou-se. Édipo, ao lado do corpo de sua mãe, vazou seus olhos. Expulso da cidade por Etéocles e Polinice, partiu para o exílio acompanhado por Antígona que o guiou até a Ática, onde foi acolhido por Teseu .

terça-feira, 7 de maio de 2013

10 Curiosidades Históricas

10 Curiosidades HistóricasE-mail
Escrito por Bruno Hoffmann

Episódios da história brasileira que merecem ser relembrados.

O francês Pierre Lesdain foi recebido como herói em São Paulo, em 1908. Pela primeira vez um carro unia o Rio à capital paulista. A viagem durou 36 dias. Mar. 01
O poeta Gregório de Matos pediu que dois padres visitassem seu leito de morte. E sapecou: “Estou morrendo entre dois ladrões, tal como Cristo ao ser crucificado.” Dez. 08

Em 1840, o francês Louis Compte fez as primeiras fotos do Brasil. O adolescente dom Pedro II se impressionou e logo tratou de encomendar uma máquina. Jan. 00

O capitão inglês James Cook não teve boa impressão das mulheres cariocas em 1768. “Na cidade não há uma única mulher honesta.” Nov. 06

A palavra bonde surgiu de bonds (bônus em inglês), bilhetes que davam direito a cinco viagens. Mas há quem diga que derivou do nome de um empresário de Belém: James Bond. Jan. 07

A primeira versão da letra do Hino Nacional surgiu em 1831. Mas, entre polêmicas políticas, só foi finalizada em 1916. Seria oficializada apenas em 1922, quase cem anos depois. Abr. 01

O primeiro Código Civil, de 1916, determinava: “A mulher é relativamente incapaz.” Além disso, elas precisavam de autorização do “chefe” (marido) para trabalhar. Jan. 02

A abolição da escravidão teve apenas dois artigos: art. 1°: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil; art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário. Mai. 03

Em 1864, foram criados os Voluntários da Pátria para quem quisesse se alistar na Guerra do Paraguai. Pouca gente quis. A malandragem imperou para fugir das batalhas. Jan. 09
Francês sequestra o Rio e só devolve após receber resgate
O ano era 1711. O corsário francês René Duguay-Trouin chegou ao Rio com um plano de sequestro, digamos, ambicioso: queria a cidade toda. Na missão, a serviço da coroa francesa, 18 navios com 700 canhões, além de seis mil homens. A população fugiu em disparada. Os franceses levaram tudo o que encontraram. Só devolveriam dois meses depois, após receber uma alta quantia em dinheiro e objetos valiosos. O povo teve que se unir para pagar o resgate. Out. 06

quarta-feira, 20 de março de 2013

Lei 10.639/03 e o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana

A Lei 10.639/03, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira.
A Lei 10.639/03 versa sobre a valorização da história afro-brasileira e africana
 
O ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Brasil sempre foi lembrado nas aulas de História com o tema da escravidão negra africana. No presente texto pretendemos esboçar uma reflexão acerca da Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.
Uma primeira reflexão que devemos fazer é sobre a palavra escravo, que foi sempre atribuída a pessoas em determinadas condições de trabalho. Portanto, a palavra escravo não existiria sem o significado do que é o trabalho e das condições para o trabalho.
Quando nos referimos, em sala de aula, ao escravo africano, nos equivocamos, pois ninguém é escravo – as pessoas foram e são escravizadas. O termo escravo, além de naturalizar essa condição às pessoas, ou seja, trazer a ideia de que ser escravo é uma condição inerente aos seres humanos, também possui um significado preconceituoso e pejorativo, que foi sendo construído durante a história da humanidade. Além disso, nessa mesma visão, o negro africano aparece na condição de escravo submisso e passivo.
A Lei 10.639/03 propõe novas diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura afro-brasileira e africana. Por exemplo, os professores devem ressaltar em sala de aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.
Com a Lei 10.639/03 também foi instituído o dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), em homenagem ao dia da morte do líder quilombola negro Zumbi dos Palmares. O dia da consciência negra é marcado pela luta contra o preconceito racial no Brasil. Sendo assim, como trabalhar com essa temática em sala de aula? Os livros didáticos já estão quase todos adaptados com o conteúdo da Lei 10.639/03, mas, como as ferramentas que os professores podem utilizar em sala de aula são múltiplas, podemos recorrer às iconografias (imagens), como pinturas, fotografias e produções cinematográficas.
Uma boa indicação de material didático para abordar esse conteúdo são os materiais intitulados A Cor da Cultura, que variam entre livros animados, entrevistas, artigos, notícias e documentários, disponíveis em  http://www.acordacultura.org.br/– material importante que ressalta a diversidade cultural da sociedade brasileira.
 Outro importante material sobre a história da África, o qual os professores poderão utilizar como suporte teórico para a compreensão da diversidade étnica que constitui o continente africano, é a coleção História Geral da África, que tem aproximadamente dez mil páginas, distribuídas em oito volumes. Criada e reeditada por iniciativa da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a coleção aborda desde a pré-história do continente africano até os anos 1980, e está disponível para download gratuito em http://www.dominiopublico.gov.br.
O ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, após a aprovação da Lei 10.639/03, fez-se necessário para garantir uma ressignificação e valorização cultural das matrizes africanas que formam a diversidade cultural brasileira. Portanto, os professores exercem importante papel no processo da luta contra o preconceito e a discriminação racial no Brasil. 
Leandro Carvalho
Mestre em História
 

sexta-feira, 15 de março de 2013

Papas que já renunciaram

O mundo inteiro está antenado na renúncia de Bento XVI ao cargo de Papa. As consequências deste ato ainda serão sentidas em curto, médio ou longo prazo. Antes de Bento XVI, vários já deixaram o cargo antecipadamente, por terem renunciado, ou por terem sido assassinados de alguma forma.
Ao declarar sua renúncia, Bento XVI quebrou um jejum de 600 anos desde a última renúncia papal.

A renúncia do papa é possibilitada no cânon 332 §2 do Código de Direito Canônico e no cânon 44 §2 do Código de Direito Canônico das Igrejas Orientais. As únicas condições para a validade da renúncia são de que sejam realizadas livremente e manifestadas adequadamente.
Os historiadores divergem do número de Papas que já renunciaram, havendo unanimidade em apenas três casos. Vamos conferir, então, 3 Papas que já renunciaram ao pontificado. Esta lista foi extraída e adaptada da Wikipédia.

1- Ponciano

Papa São Ponciano
Ponciano foi papa de 21 de julho de 230 a 29 de setembro de 235. Durante o seu pontificado, ordenou o canto dos salmos nas igrejas, prescreveu o “Confiteor” antes da missa e introduziu a saudação Dominus vobiscum (o Senhor esteja convosco). Ponciano e outros líderes da igreja, entre eles Hipólito, foram exilados pelo imperador Maximino Trácio para a Sardenha. É desconhecido quanto tempo ele viveu exilado, mas sabe-se que ele morreu de esgotamento, graças ao tratamento desumano nas minas da Sardenha, onde trabalhava.
Por que renunciou: renunciou ao papado no dia 25 ou 28 de Setembro de 235, para permitir à Igreja eleger outro líder que estivesse presente em Roma, sendo eleito o Papa Antero.

2- Celestino V

Papa São Pedro Celestino
Celestino V, proveniente da ordem beneditina, foi papa durante alguns meses do ano 1294. Ele era conhecido também como Pedro de Morrone, pois foi viver no sopé do morro do mesmo nome, onde levantou uma cela, vivendo de penitências e orações contemplativas. Sua escolha como papa foi política, por pressão de Carlos II, rei de Nápoles. Com temperamento para a vida contemplativa e não para a de governança, o erro de estratégia logo foi percebido pelos cardeais. Pedro Celestino exerceu o papado durante um período cheio de intrigas, crises e momentos difíceis.
Por que renunciou: reconhecendo-se deslocado, e não sentindo apto para o cargo, renunciou em 13 de dezembro de 1294. Foi sucedido pelo Papa Bonifácio VIII.

3- Gregório XII

Papa Gregório XII
Gregório XII foi papa de 19 de dezembro de 1406 a 14 de julho de 1415. Quando se tornou sumo pontíficie, já tinha mais de oitenta anos de idade. Fisicamente muito magro e alto, assumiu o espírito conciliatório com relação aos problemas da Igreja Católica, em especial o chamado Cisma do Ocidente, que dividia a sede do papado entre Roma, Pisa e Avignon (França). Apesar da Igreja reconhecer somente o papa de Roma, havia ainda dois antipapas (papas não oficiais) nas outras duas cidades. Durante o seu pontificado, instituiu a hóstia como único elemento da Eucaristia, abolindo o pão e restringindo o vinho somente ao sacerdote.
Por que renunciou: renunciou ao papado no dia 14 de julho de 1415 para tentar pôr fim ao cisma do ocidente. Com seu sucessor, Martinho V, o cisma chegou ao fim.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Os fatos históricos que marcaram as conquistas das mulheres

No Dia Internacional da Mulher, relembre com os alunos as principais conquistas do movimento feminista. A data pode ser um bom ponto de partida para inserir no seu planejamento algumas aulas para debater as questões de gênero.
We Can Do It! (Nós podemos fazê-lo)A operária Geraldine Hoff serviu como modelo para J.Howard Miller, que utilizou a imagem como propaganda durante a Segunda Guerra Mundial. O cartaz converteu-se em um símbolo para as mulheres que assumiram postos de trabalho em substituição aos homens que serviam às forças armadas americanas.
 
 
O dia 8 de março é um marco na luta pelos direitos das mulheres ao redor do mundo. Se fosse possível retroceder no tempo e contar para um cidadão do começo do século 20 que as mulheres, hoje, votam, tem média de escolaridade maior que a dos homens, governam países e estão inseridas amplamente no mercado de trabalho, talvez o sujeito não acreditasse no relato.
No entanto, ainda há muito que avançar para se alcançar a igualdade de direitos entre homens e mulheres. Os dados sobre a opressão sofrida pelas mulheres é assustador. Segundo pesquisa realizada no ano 2000 pela Comission on the Status of Women da ONU, uma em cada três mulheres no mundo já foi espancada ou violentada sexualmente.
Os números no Brasil também são alarmantes. A cada cinco minutos, uma mulher é agredida no país. Em cerca de 70% dos casos, quem agride é o marido ou namorado, de acordo com relatório do Ministério da Justiça de 2012.
Os direitos constitucionais ainda não garantem igualdade de condições para os gêneros. Para entender as diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho, por exemplo, a PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, de 2007, diz que a equiparação de salários só deve acontecer daqui a 87 anos, para mulheres e homens que executam as mesmas funções. As mulheres, no caso, ganham menos.
"A data de comemoração do dia das mulheres é simbólica. No entanto, é uma boa maneira de inserir o debate sobre os direitos das mulheres e colocar o tema na agenda. Por exemplo, é importante que as políticas públicas permitam a discussão nas escolas sobre igualdade de condições para os gêneros", afirma Karina Janz Woitowicz, doutora em Ciências Humanas na área de Estudo de Gênero da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
A professora Maria Vilani Cavalcanti Gomes, especialista em Filosofia Clínica, organiza um grupo de professores na E.E Professora Adelaide Rosa Machado de Souza , Grajaú, São Paulo, para discutir as conquistas da mulher com os alunos. O projeto interdisciplinar chamado "O feminino e seus contextos" pretende trabalhar com a turma o atual papel da mulher na sociedade, preconceitos de gênero, história da mulher indígena, entre outros assuntos.
"Esse projeto nasceu nas conversas com minhas colegas professoras sobre a necessidade de trabalhos escolares que discutam de maneira mais ampla a questão das lutas femininas e quais são as suas representantes. Acho importante mostrar para os alunos o protagonismo que a mulher alcançou a base de muitas lutas", afirma Vilani.
Historicamente, as mulheres foram autorizadas a frequentar a escola no Brasil apenas em 1827, quando uma lei no período imperial permitiu-lhes o acesso à Educação. No entanto, a lei garantiu acesso apenas às escolas elementares.
O movimento feminista mundial surgiu como uma forma de reivindicar esses e outros direitos. As origens do movimento estão atreladas aos acontecimentos da década de 1960. Com o surgimento da pílula anticoncepcional, por exemplo, as mulheres conquistaram liberdade sexual. Antes, as relações eram estritamente monogâmicas e voltadas para o casamento. Escritoras como Simone de Beauvoir e Betty Friedan ganharam espaço por buscarem desconstruir o papel então convencionado para a mulher na sociedade. Um caso emblemático desse período aconteceu no dia 7 de setembro de 1968, quando centenas de mulheres protestaram contra os estereótipos femininos e a "ditadura da beleza". A ideia era fazer uma queima coletiva de sutiãs, mas elas não concretizaram o plano.
Leia mais Que mulher é essa? 
No Brasil, a autora Céli Regina Pinto, no livro "Breve história do feminismo no Brasil", descreve duas fases do movimento no país: "feminismo bem-comportado" e "feminismo mal-comportado".
Na primeira fase, entre o final de século 19 até o início do século 20, em 1932, as mulheres conquistam o direito de votar. A bióloga Bertha Lutz é a principal articuladora feminista do período. A segunda fase, entendida como "mal-comportada", foi marcada por mobilizações contra a ditadura, quando muitas mulheres brasileiras foram exiladas. Nesse período, as mulheres tiveram uma participação efetiva nas lutas pela democracia, mobilizadas para as causas gerais (fim da ditadura) e para causas específicas (pelo combate à violência doméstica, pela construção de creches para os filhos das trabalhadoras e pelo direito ao aborto).
Ao longo das décadas, o Brasil conquistou muitas vitórias na luta contra a violência domiciliar. Em 1985, foi criada a primeira delegacia da mulher. Quase dez anos depois, a Lei 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha, aumentou o rigor nas punições para violência doméstica ou familiar. Hoje, agressores de mulheres podem ser presos em flagrante ou ter prisão preventiva decretada. Além disso, a lei prevê medidas como a saída do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação da mulher agredida e dos filhos.
A violência contra as mulheres ainda encontra apoiadores de forma velada na sociedade ou explicíta em redes sociais. "A misoginia é muito maior que simples preconceito, é o ódio ao sexo feminino. A misoginia alimenta a ideia de alguns estereótipos e impede mais conquistas das mulheres", afirma Luzinete Simões Minella, professora do programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 
Fonte: Revista Nova Escola
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 7 de março de 2013

HISTÓRIA DO ACRE

A conquista do Acre


Até o final do século XIX, Brasil e Bolívia não tinham demarcado parte de suas fronteiras. Os dois países lutavam pela posse do Acre, rico em seringueiras. Aproveitando-se do clima de animosidade, em 1899 o monarquista espanhol Luiz Rodríguez Galvez de Árias declarou a
Estrada de ferro Madeira–Mamoré, unindo os trechos navegáveis do rio Madeira, no lado brasileiro, e do Mamoré, no lado boliviano: como se dizia no início do século XX, ligava "o nada a lugar nenhum".
independência do território e autoproclamou-se imperador da nova nação. Seu reinado acabou em 1900, quando foi desalojado do poder.
 
A compra do território

Em 1902, um ano após o Acre ter sido arrendado à organização internacional The Bolivian Syndicate, seringueiros, liderados pelo gaúcho José Plácido de Castro, invadiram a região para explorar o látex, gerando novos conflitos com os bolivianos. A disputa foi solucionada em 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis.
 

Pelo acordo, o Brasil comprou o Acre da Bolívia por 2 milhões de libras esterlinas e comprometeu-se a construir a ferrovia Madeira–Mamoré e a indenizar o The Bolivian Syndicate em 110 mil libras esterlinas.
Paisagem Brasileira: Manaus, aquarela de Jacques Burkhardt, 1865.








 
 
A modernidade na selva
Os trens eram sinônimo de modernidade no início do século XX. A construção da Madeira–Mamoré, projeto iniciado e interrompido por duas vezes (1873 e 1880), foi retomada em 1907, sob a supervisão de engenheiros norte-americanos. Aproximadamente 60 mil homens, de 50 nacionalidades, foram recrutados para construí-la no meio da selva. A estrada de ferro, de 364 km, ficou pronta em 1912, quando começava a crise da produção da borracha.
 
A "Ferrovia do Diabo"
Cerca de 10 mil trabalhadores morreram de pneumonia, febre amarela, malária ou acidentes, e 30 mil foram internados, durante a construção da ferrovia Madeira–Mamoré, o que levou à afirmação de que cada dormente custara uma vida e rendeu-lhe o apelido de "Ferrovia do Diabo". Ligando "o nada a lugar nenhum", como se dizia na época, a Madeira–Mamoré uniu os trechos navegáveis do rio Madeira, no lado brasileiro, e do Mamoré, no lado boliviano, permitindo a saída dos produtos bolivianos pelo Atlântico. Acompanhando seu leito, surgiram as cidades de Porto Velho e Guajará-Mirim, no atual Estado de Rondônia. Anos mais tarde, a ferrovia foi desativada.
Aquiri, assim o Acre foi chamado inicialmente. Essa foi a forma que os exploradores da região transcreveram do dialeto dos índios Ipurinã a palavra Uwákuru, este território antes pertencente à Bolívia foi aos poucos sendo ocupado por brasileiros.
         
Assim como aconteceu em São Paulo com os Bandeirantes, que partiram em expedições para o interior nos séculos XVI e XVII, o processo de incorporação do Acre ao Brasil decorreu também do desbravamento de populações que o povoaram e fizeram produtivo.
           
Até o ano de 1877 os habitantes da região eram índios aculturados, a expansão luso-brasileira ocorrida na Amazônia durante o período colonial, não os havia alcançado, quando imigrantes vindos do Nordeste atraídos pelos altos preços da borracha no mercado internacional e fugindo da seca que os castigava, iniciaram a abertura de seringais, esse fato fez com que a população da bacia do Alto-Purus, aumentasse de cerca de mil habitantes para quatro mil em apenas um ano.
           
Em 1895 começa a se definir a história do Acre com o encarregamento de uma comissão demarcatória para definir os limites entre Brasil e Bolívia, tendo como base o Tratado de Ayacucho de 1867.
           
Até o inicio do século XX o território do Acre pertenceu à Bolívia, embora a maioria de sua população fosse formada por brasileiros que exploravam os seringais e não obedeciam às autoridades bolivianas, formando assim um território independente e que passou a exigir a sua anexação ao Brasil.
           
No processo demarcatória ficou estabelecido que a Bolívia ficaria com uma região ria em látex, que na época era ocupada por brasileiros, posteriormente a Bolívia quis tomar posse da região que era então ocupada por seringueiros brasileiros, os seringueiros não aceitaram e os bolivianos foram obrigados a se retirar da região.
           
Já em 1899 os bolivianos instituíram a cobrança de impostos, objetivando assegurar o domínio da área, fundaram ainda a cidade de Puerto Alonso, hoje Porto Acre.
           
A cobrança dos impostos ocasionou vários conflitos que só tiveram fim com a assinatura do Tratado de Petrópolis em 17 de novembro de 1903, no qual o Brasil adquiriu – parte por compra, parte por troca de pequenas áreas do Amazonas e do Mato Grosso – o território do atual Acre.
           
Também existiram problemas de fronteiras com o Peru, que reivindicava a propriedade de todo o Território do Acre e mais uma área extensa no Estado do Amazonas.
           
Os peruanos são expulsos das áreas ocupadas em setembro de 1903 e o impasse territorial é resolvido em 8 de setembro de 1909, com base nos títulos brasileiros e nos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto-Purus e do Alto-Juruá, o Barão do Rio Branco, então ministro das Relações Exteriores, propôs ao Governo do Peru o acerto de limites. Estabelece-se o Tratado do Rio de Janeiro e completa-se então a integração política do Acre à comunidade brasileira.
           
A administração do Acre foi unificada a partir do ano de 1920 e passou a ser exercida por um Governador, que era nomeado pelo Presidente da República.
           
A Constituição de 1934 garantiu o direito ao Território por dois representantes na Câmara dos Deputados.
           
Em 1957, o Deputado José Guiomard dos Santos, apresenta o projeto que resultou na Lei 4.070, de 15 de junho de 1962, sancionada pelo Presidente da República João Goulart, elevando o território à categoria de estado.
           
José Augusto de Araújo foi o primeiro governador do Estado do Acre, eleito com mais de 7.000 votos em outubro de 1962.
 
fonte: ©hjobrasil

O líder sindicalista Chico Mendes - o grande defensor da floresta


Juntamente com o Sindicato dos trabalhadores rurais de Brasiléia, em 1975, Chico Mendes fundou o movimento sindical no Acre.  Indignado com as condições de vida dos trabalhadores e dos moradores da região amazônica, tornou-se um líder do movimento de resistência pacífica.  Defensor da floresta e dos direitos dos seringueiros, em 1976, organizou os trabalhadores para protegerem o ambiente, suas casas e famílias contra a violência e a destruição dos fazendeiros, ganhando apoio internacional.  Chico Mendes também atuou na luta pela posse da terra contra os grandes proprietários, algo impossível de se pensar na região amazônica até os dias de hoje. Dessa forma, entrou em conflito com os donos de madeireiras, de seringais e de fazendas de gado. Participou da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, em 1977, e foi eleito vereador para a Câmara Municipal local, pelo MDB, único partido de oposição permitido pela ditadura militar que governava o país (1964-1985). Nessa época, Chico sofreu as primeiras ameaças de morte por parte dos fazendeiros. Ao mesmo tempo, começou a enfrentar vários problemas com seu próprio partido: o MDB não era solidário às suas lutas.  Em 1979, o vereador Chico Mendes lotou a Câmara Municipal com debates entre lideranças sindicais, populares e religiosas. Vivia-se em tempos de ditadura militar. Foi acusado de subversão e passou por interrogatórios nada suaves. Foi torturado secretamente e, como estava sozinho nessa luta, não podia denunciar o fato, ou seria morto. Foi assim, em busca de sustentação política, que decidiu ajudar a criar o Partido dos Trabalhadores (PT), tornando-se seu dirigente no Acre. Um ano depois de ser torturado, foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional, acusado de ter participado da morte de um fazendeiro na região que assassinara o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Brasiléia. Em 1982, tornou-se presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Xapuri e foi acusado de incitar posseiros à violência, mas foi absolvido por falta de provas. Quando liderou o Encontro Nacional dos Seringueiros, em 1985, a luta dos seringueiros começou a ganhar repercussão nacional e internacional. Sua proposta de "União dos Povos da Floresta", apresentada na ocasião, pretendia unir os interesses de índios e seringueiros em defesa da floresta amazônica. Seu projeto incluía a criação de reservas extrativistas para preservar as áreas indígenas e a floresta, e a garantia de reforma agrária para beneficiar os seringueiros. Transformado em símbolo da luta para defender a Amazônia e os povos da floresta, Chico Mendes recebeu a visita de membros da Unep (órgão do meio ambiente ligado à "Organização das Nações Unidas), em Xapuri, em 1987. Lá, os inspetores viram a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros, tudo feito com dinheiro de projetos financiados por bancos internacionais.  Logo em seguida, o ambientalista e líder sindical foi convidado a fazer essas denúncias no Congresso norte-americano. O resultado dessa viagem a Washington foi imediato: em um mês, os financiamentos aos projetos de destruição da floresta foram suspensos. Chico foi acusado na imprensa por fazendeiros e políticos de prejudicar o "progresso do Estado do Acre".  Em contrapartida, recebeu vários prêmios e homenagens no Brasil e no mundo, como uma das pessoas de mais destaque na defesa da ecologia. 

Texto adaptado de:

sábado, 16 de fevereiro de 2013

OS INCAS

 
Os Incas viveram aproximadamente de 3000 a.C. a 1500 d.C. no Peru, Chile, Bolívia e Equador, mais especificamente na Cordilheira dos Andes. Os atuais povos indígenas do Peru são descendentes dos Incas.

Esse povo tornou-se conhecido em todo o mundo pela sua cultura e tradição, pelos objetos de ouro que confeccionavam, pela utilização de pedras em suas obras tais quais estradas nas montanhas, canais de irrigação, etc. Os Incas eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses como o trovão, a lua, o mar, o sol, etc. Sacrificavam animais e humanos em honra aos deuses que cultuavam.
A capital do Império Inca chamava-se Cuzco, e lá havia o maior templo de culto ao deus Sol, o principal deus da religião inca.
A sociedade inca era dividida em três grupos, que se organizavam hierarquicamente formando uma pirâmide: na base ficavam os yanaconas, que eram escravos selecionados para proteger seus senhores; na parte do meio da pirâmide ficavam os nobres que eram membros da família do Inca ou descendentes dos chefes de clãs; e os sacerdotes, denominados de “Grande Inca”, ficavam no topo da pirâmide e realizavam culto ao Sol. Eles eram responsáveis pelos cultos religiosos e pela educação dos jovens.
Homens casavam aos vinte anos e mulheres aos dezesseis. Eles mesmos escolhiam com quem casar e ao realizarem a cerimônia recebiam terras para morar.
Aos 10 anos as mulheres passavam por uma seleção. As mais inteligentes e bonitas, sendo da etnia dos Incas, eram escolhidas e mandadas para Cuzco. Lá eram educadas por mulheres mais velhas. Algumas se tornavam esposas do imperador ou de quem ele indicasse, outras permaneciam virgens para participar do culto solar. Estas se empregavam em fiar e tecer.
O restante do povo era responsável pela produção dos alimentos através da agricultura. A produção dividia-se em três partes: uma destinada ao culto do Sol, uma ao Inca e a outra à comunidade. O excedente de produção era armazenado em celeiros para períodos de fome ou para festejos. Eles contavam também com um eficiente sistema de irrigação.
No comércio não era utilizada nenhum tipo de moeda, mas sim nas feiras era de costume trocar alimentos por outros alimentos ou receber alimentos em troca de serviços prestados. Na maioria das vezes, porém, o povo produzia todo o necessário para a sua sobrevivência, dispensando a prática comercial. Apesar disso, os Incas desenvolveram um sistema numérico e um equipamento para auxiliar a contagem: três cordas indicando a dezena, a centena e a milhar, chamadas de “quipus”. Apenas alguns funcionários manuseavam os “quipus”.
A educação dos homens também era dada nas escolas de Cuzco, mas não era como a das mulheres. Era um sistema bem mais severo, não só com aulas sobre a religião, a história, etc., mas também aprendiam a lutar e fabricar armas além de praticarem violentos exercícios que por vezes os levavam até a morte. Estes que passavam por esta educação tinham a sua orelha furada ao terminarem, para indicar que eles faziam parte de uma elite formada por funcionários que eram chefes valorosos para o Império.
Quanto à sua cultura, praticavam diversas danças, como rituais, cada uma com seu significado e em ocasião adequada à mesma de acordo com os costumes e crenças.
O chamado “Vale Sagrado dos Incas” localiza-se nas cidades de Pisac e Machu Picchu, no Peru, prolongando-se por mais de 100km. Encontra-se a uma altura de 2800 metros acima do nível do mar, com temperatura média anual de 18°C. É chamado assim por ser localizado próximo a Cuzco e ser formado pelas correntezas do rio Willkanuta (Casa do Sol), além de possuir milenares centros administrativos, rica flora e fauna, inumeráveis riachos e cachoeiras entre os bosques mais altos do mundo. Os Incas realizavam uma peregrinação até lá por acreditarem que se tratava do rio sagrado. Para eles o rio era o espelho da Via-Láctea, sendo que esta era o rio sagrado no Céu e aquele o rio sagrado aqui na Terra.
A arquitetura do povo inca também é um fato notável. Além dos enormes desníveis no solo da região, aconteciam muitos terremotos, mas este povo foi tão brilhante em suas construções que até hoje elas permanecem. Tanto os vários quilômetros de estrada entre as montanhas, quanto o sistema de irrigação, as pontes, dentre muitas outras construções. A arte destacou-se, como já falamos através dos objetos de ouro, calçados e tecidos.
Embora tenham sido bastante desenvolvidos, não criaram nenhum sistema de escrita.
 
Fonte: Info escola

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O mito fundador do Acre

O mito sempre fez parte da literatura amazônica. A região que comporta a maior floresta tropical do mundo, desde sua conquista, pelos europeus, é alvo de lendas e fantasias a respeito de suas riquezas naturais e dos nativos que nela viviam. 

Dentre os mitos mais instigantes está o das amazonas, guerreiras indígenas que viviam em grupos alheios aos homens e que, segundo relatos, tinham um dos seios cortados. Essa “república das mulheres”, para utilizar o conceito de Antônio Esteves em seu livro A ocupação da Amazônia, atraiu muitos aventureiros à Amazônia. Sabe-se que até o astrônomo francês Charles Marie de La Condamine, membro da Academia de Ciência de Paris, foi seduzido pela lenda, a ponto de pesquisar, entre os nativos, o local onde viviam essas mulheres.

Os conquistadores, muitas das vezes, motivaram-se exclusivamente em lendas ao virem à Amazônia, o caso das minas de El Dourado é apenas um exemplo. O certo é que os mitos têm a capacidade de estimular comportamentos e cimentar valores.

O Acre também tem os seus mitos. Mitos que até hoje são cultivados por políticos e empregados com o fim de formar uma identidade cultural entre os membros das diferentes grupos sociais. A opção por narrar a história da anexação do Acre ao Brasil de forma épica e fantástica – em que o Acre é criado sob a égide de um grande herói, Plácido de Castro, e a identidade dos acreanos é formada sob a influência do patriotismo dos seringueiros - é a base do mito fundador Acreano. De acordo com o mito, o povo acreano deveria se orgulhar por ter como marca de “acreanidade”, tão glorioso passado.


A historiografia oficial é o principal veículo de difusão do mito fundador sobre o Acre. A serviço dos detentores do poder político-econômico, essa historiografia estabelece “sentidos” sobre o passado, próprios de um grupo social, como sendo universais. Ou seja, mostra como verdade algo que é apenas uma versão do fato histórico. Nega a possibilidade de novas interpretações e sufoca a polissemia, característica nata da escrita historiográfica. Não significa, no entanto, que a versão oficial consiste em mentiras. Mas que deve ser encarada como uma representação do acontecimento histórico, baseada na visão de mundo da classe dominante.

A grande questão é desencantar a afirmação de que no Acre houve um passado glorioso, patriótico e revolucionário. Precisa-se divulgar também as “leituras não autorizadas” sobre o passado acreano. O cidadão tem o direito de conhecer a multiplicidade de versões sobre a Revolução Acreana. O patriotismo e o termo revolução podem ter sido usados para dissimular a ganância dos “brasileiros do Acre” pelos lucros “astronômicos” da borracha e encobrir diversos crimes cometidos pelos Acreanos: assassinatos, sonegação de impostos, invasão de terras estrangeiras etc. Será que os humildes seringueiros, semi-escravizados pelo barracão teriam se identificado com o “inferno verde” a ponto de irem a guerra por patriotismo? Teria sido Plácido de Castro o GRANDE responsável pela anexação do Acre ao Brasil? Percebemos que há muitas questões que não são mencionadas pelos escribas do poder.

Houve um processo de instauração do sentido único. A versão oficial não é natural, ela foi historicamente legitimada e ideologicamente construída por grupos sociais que ambicionavam a hegemonia. Hoje, o mito é alimentado por governos com tendências autoritárias. O discurso fundador cria uma dependência entre os cidadãos e os seus heróis atuais, os políticos; transmite a ideia de um Estado sem conflitos sociais; forja uma unidade social em torno de um projeto político.

Atualmente, percebe-se que a ideia de confiar o destino da sociedade a heróis, virou uma política de governo. Por isso reaviva-se o culto a personagens como Plácido de Castro e Chico Mendes. A elite inventa os “grandes homens” para depois se dizer continuadores das lutas deles. Através do mito fundador cria-se um ambiente político de cooperação e de passividade diante dos desmandos praticados. O povo deixa de se ver como agente histórico de mudanças.

A história é escrita por pessoas que vivem intensamente relações de poder em todas as áreas da vida. Impossível é, para um historiador, escrever sem propagar os juízos de valor do grupo social a que pertence. A história não é neutra, muito menos imparcial. Os mitos estão em todas as partes, inclusive em muitos livros de história considerados científicos. Crer em amazonas guerreiras que viviam na “república das mulheres” por esses rincões não é um mal maior que crer no mito fundador acreano. Em ambos os casos, a história e a ficção se confundem. É a ciência pedindo auxílio à literatura para justificar uma prática opressora. Desmistificar a historiografia oficial é destruir um dos maiores instrumentos de dominação em nosso Estado. “A escrita em História em nada se diferencia do gênero literário” Peter Burke, historiador inglês.

*Egina Carli de Araújo Rodrigues Carneiro é Professora de história, pós-graduada em psicopedagogia pela IVE e pós-graduanda em História da Amazônia pela UFAC