quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Europa: a dor do crescimento

Há 60 anos, seis nações do Velho Continente se uniram para tentar garantir a paz na região. Hoje, com 27 Estados, a União Europeia tenta superar as diferenças entre seus membros para sobreviver à crise econômica

Manifestante encara a polícia nas ruas de Roma durante o dia de protestos globais contra o capitalismo convocado para 15 de outubro de 2011

Há 60 anos, seis países da Europa resolveram se unir e criar uma parceria político-econômica para garantir a paz no continente, depois de décadas de combates sangrentos. Assim nasceu a União Europeia (UE), que não parou de crescer e hoje congrega 27 países. Em tempos de crise econômica, os princípios mais básicos dessa união têm voltado à tona. A UE tenta superar as discordâncias entre seus Estados membros, manter o esforço de integração e criar novas políticas e instrumentos para enfrentar a crise.

Logo depois da Segunda Guerra Mundial, a Europa devastada foi separada em dois pelos acordos de Ialta. Na época, os países da Europa ocidental encontravam-se ao mesmo tempo sob a ameaça soviética e em um estado de dependência em relação aos Estados Unidos, que financiaram a reconstrução do Velho Continente. Um ano depois de o Plano Marshall (Programa de Recuperação Europeia) entrar em vigor, em 1947, foi criada a Organização Europeia de Cooperação Econômica (desde 1961 Escritório de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE), um organismo destinado a garantir a repartição dos créditos americanos entre os Estados beneficiários e também facilitar as trocas econômicas europeias, para libertar-se da ajuda americana.

Em março de 1948, foi assinado o Tratado de Bruxelas, que instituiu a União da Europa Ocidental e criou uma aliança, por 50 anos, entre Bélgica, França, Grã-Bretanha, Luxemburgo e Holanda, “contra qualquer agressão”. Em maio daquele ano, Winston Churchill – que desde setembro de 1946 já havia lançado a ideia dos “Estados Unidos da Europa” – presidiu o Congresso para a Europa Unida, que reuniu 800 delegados de 19 países, em Haia.

A reunião resultou na criação, em 1949, do Conselho da Europa, cuja missão era estabelecer uma união política, econômica, cultural e social entre os países. Composto inicialmente por dez Estados (Bélgica, Dinamarca, França, Grã-Bretanha, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Holanda, Suécia), ele está na origem da Convenção Europeia dos Direitos do Homem (1950).

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