segunda-feira, 25 de abril de 2011

FONTES HISTÓRICAS - 6º ANO

Fontes visuais ou iconográficas


São imagens, pinturas, fotografias, anúncios de publicidade e outros, sempre importantes como fontes históricas informativas de épocas, pessoas e das sociedades nas quais foram produzidos. No caso específico das pinturas, é possível identificar muitos aspectos do cotidiano, como cenas urbanas e rurais, trabalho escravo e vestuário, dentre outros aspectos.
Pintura de Almeida Júnior - Caipira picando fumo (acervo Pinacoteca)

Fotografia - desembarque de imigrantes
Anúncio publicitário

                                                        Mapa-múndi de Desliens, Dieppe, 1567


                                                  Fotografia - Explosão da bomba atômica


Fotografia - Lampião e seu bando decapitados

Fontes audiovisuais e musicais


Nesta categoria, encontram-se o cinema, a televisão e os registros sonoros em geral.
CINEMA
                                                                          NOVELA

Links de áudio:


http://www.pedroozorio.com.br/Vinhetas/Casas_Pernambucanas__anos_60_.mp3


http://www.locutor.info/audioHistoria/historiaReporterEssoGetulioRenuncia1945.mp3


http://www.locutor.info/audioHistoria/historiaMortedeTancredo1985.mp3


http://www.pedroozorio.com.br/Vinhetas/Grapete__anos_60_.mp3

Fontes ou documentos escritos


São as fontes históricas mais utilizadas pelos historiadores e, que trazem informações escritas em certidões, cartas, testamentos, jornais, letras de músicas, livros, receituários, discursos, diários, autobiografias, revistas, textos de órgãos públicos, religiosos e de empresas. Em geral, encontram-se guardados em arquivos universitários e governamentais, igrejas, centros de documentos de empresas ou em coleções particulares.





                                                                         PAPIRO
Fontes materiais


São os vestígios materiais. Sinais que o homem deixa pelos lugares por onde passa, que podem ser vistos em vários sítios arqueológicos abertos à visitação pública ou em museus especializados. Exemplos: cerâmicas com elementos femininos, pedras talhadas e polidas, samabaquis (grandes concheiros formados por restos de mariscos e que, às vezes podem atingir vários metros de altura, apresentam vestígios de enterramentos, mas também podem conter objetos de pedra em forma de animais: os zoólitos).As pesquisas desenvolvidas a partir dos séculos XIX e XX começaram a revelar uma quantidade enorme de ruas, aquedutos, vasos, ânforas e muitos outros artefatos. Visando a transformação da cultura material em fonte histórica, foram sendo criados métodos científicos, por exemplo, para o trabalho de datação, como o carbono 14. Desde a imensa quantidade de material arqueológico que começou a surgir a partir do século XIX, o que mais chamou a atenção foram as inscrições em pedra, cerâmica, tijolos, estelas e sarcófagos. Essas inscrições se apresentam nas mais diversas formas como pinturas em monumentos, paredes, vasos de cerâmica e vários outros suportes.

                                                               Cerâmica Marajoara



                                                                                 Zoólitos

Pintura Rupestre




              


FÓSSEIS

sábado, 23 de abril de 2011

VISITA AO MUSEU DA BORRACHA

 Percebi as distâncias dos caminhos que existem entre aula de história nas "salas de aula" e confirmação desta história no “Museu da Borracha”, através dos questionamentos e observações dos alunos quando começaram apreciar os documentos, objetos, obras de arte, arquiteturas, fotografias… A compreensão das diferentes realidades acontecidas na sociedade.

A visita contou com monitores muito atenciosos e dedicados na troca de experiências com os alunos,fazendo com que os mesmos vivenciassem a história do passado e sempre remetendo-os ao presente. Os mesmos estão de parabéns pela acolhida e a forma muito didática de receber e repassar os conhecimentos para os educandos que ali visitam. NÓS RECOMENDAMOS!!!!

Foi uma experiência inesquecível, professora e alunos aprenderam, descobriram e compararam juntos os conhecimentos teóricos de história.

Através da leitura nas placas que descreviam as apresentações, nos sentíamos lançados no passado e muitos questionamentos foram surgindo, alinhavando-se as explicações da sala de aula.

VEJA ALGUNS MOMENTOS DESTA VISITA:

 













quarta-feira, 20 de abril de 2011

Seringueiros e Ribeirinhos (9º ano)

Os seringueiros acreanos são oriundos dos estados do nordeste do Brasil, sobretudo do Ceará. Vieram para o Acre, primeiramente, motivados pela seca que atingiu o nordeste a partir de 1877, arrasando as plantações e criações de animais. Vieram também, em grande parte, motivados pela busca de melhoria de vida através do tão falado "ouro negro" (a borracha). Já chegavam endividados pelos custos gerados pela longa viagem, e logo se viam obrigados a aumentar sua dívida adquirindo junto ao patrão seringalista os mantimentos e ferramentas necessárias para a sobrevivência e o trabalho diário na extração do látex.

Carne seca, espingarda, munição, a faca de cortar seringa, o balde, eram alguns dos utensílios que o barracão costumava fornecer. Essa forma de endividamento ficou historicamente conhecida por "sistema de aviamento", através do qual o seringueiro tinha que se aviar com o patrão, que ditava os preços. Nesse sentido, era quase impossível o seringueiro se libertar do patrão.

De início, como não conheciam ainda as técnicas do corte e de sobrevivência na floresta, eram apelidados de "brabos", denominação que carregavam consigo até adquirirem experiência com a nova rotina com a qual se deparavam. O seringueiro passou a trabalhar duro, diariamente, se dedicando exclusivamente à extração da seringa, pois inicialmente não podia plantar, nem para subsistência, nem tão pouco criar animais.

Essa realidade só começou mudar quando, em 1913, a produção dos seringais de plantio da Ásia superou a produção brasileira ocasionando uma queda no preço do produto, levando os seringais da Amazônia a uma grave crise. A partir de então, o seringueiro converteu-se em agricultor e criador de pequenos animais e, após ter sobrevivido à crise do primeiro ciclo da borracha, desenvolveu uma economia familiar baseada em múltiplos usos dos recursos da floresta, da qual ele passou a ser profundo conhecedor.
A Segunda Guerra Mundial impulsionou o que chamamos de segundo ciclo da borracha. Isso se deu, após a tomada dos seringais asiáticos pelos japoneses privando os países aliados contra o nazismo do produto que ficou conhecido como nervo da guerra: a borracha. O governo brasileiro, incentivado pelos norte-americanos, promoveu uma política de estímulo à produção da borracha dando início à "batalha da borracha". Surgiu então a figura do "soldado da borracha" recrutado do nordeste do país para os seringais da Amazônia, objetivando o aumento da produção da seringa.

O fim da guerra causou nova queda nos preços do produto e a consequente falência dos seringais. A maioria dos seringalistas falidos abandonou suas propriedades dando origem a uma nova categoria nas relações de trabalho que é a do seringueiro autônomo, onde o mesmo passou a viver livre dos laços de dependência com o patrão. Ganha força a figura do marreteiro, comerciante ambulante, que percorria os seringais viajando pelos rios e varadouros oferecendo produtos diretamente aos seringueiros, o que muito incomodava os seringalistas donos de barracão.

Na década de 70, tem início uma nova fase na trajetória de lutas dos seringueiros acreanos. Isso porque o governo federal, com apoio do governo estadual passou a oferecer incentivos fiscais para a implantação da pecuária na região. Fazendeiros, vindos do centro-sul do país adquiriam terras a preços baixos e nela passaram a plantar pasto para a criação de gado. Vinham do Paraná, Mato Grosso ou São Paulo, mas ficaram mesmo conhecidos por "paulistas".

Essa política forçou o êxodo de seringueiros e extrativistas para as periferias das cidades e para o país vizinho, a Bolívia. Os que se recusaram a sair das colocações se organizaram com a ajuda da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), criando os sindicatos de trabalhadores rurais que atuaram na defesa da floresta e na briga pelo direito a terra. Os seringueiros passaram a praticar os "empates", manifestação pacífica em que protegiam as árvores se posicionado a frente delas numa forma de impedir a derrubada, o desmatamento.

A luta pela terra ocasionou a morte de muitas lideranças sindicais no Acre, como Wilson Pinheiro, Evair Higino e Chico Mendes. Francisco Alves Mendes Filho ficou conhecido mundialmente pela luta em favor da preservação do modo de vida das populações tradicionais. Ele propôs a união dos povos da floresta buscando unir os interesses dos índios, seringueiros e ribeirinhos. Por insistir nesse ideal foi assassinado, em 22 de dezembro de 1988, uma semana após completar 44 anos.

A criação das Reservas Extrativistas como Unidades de conservação de Uso Direto, definidas como territórios destinados ao uso por populações com tradição no uso sustentável dos recursos naturais, representa um marco na trajetória de lutas dos seringueiros acreanos. A primeira delas, criada em janeiro de 1990, foi a Reserva Extrativista do Alto Juruá. Em março do mesmo ano foi criada a Reserva Extrativista Chico Mendes.

É preciso conhecer a trajetória de lutas dos seringueiros acreanos pela sobrevivência na floresta, pela defesa da floresta, e reconhecer os conhecimentos adquiridos ao longo da vivência na floresta.

Ribeirinhos

A ocupação das terras do Acre se deu primeiramente através dos rios, em cujas margens formaram-se os seringais e posteriormente as sedes dos primeiros municípios do Estado. Foi às margens dos rios Acre, Purus, Iaco, Envira, Tarauacá, Juruá e seus afluentes que se estabeleceu uma forma de organização social onde o principal meio de transporte é fluvial. A relação do ribeirinho com o rio, entretanto, não se restringe à sua utilização como meio de locomoção. O cultivo contínuo da região de várzea no período de seca, a pesca e os banhos de rio fazem parte de sua rotina.

É em meio a esse universo que lendas como a do boto são contadas, recriadas e fortalecidas como um componente importante do imaginário das populações que habitam as margens dos rios acreanos.

A maior parte da população ribeirinha do Acre está estabelecida nas regionais do Juruá e do Tarauacá/Envira, onde busca diversificar uma economia de subsistência através do cultivo de frutas, hortaliças e criação de pequenos animais, complementando com a caça, a pesca e o extrativismo vegetal.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

COMO PODEMOS CONHECER A HISTÓRIA? (6º ano/5ª série A e B)

São várias as maneiras pelas quais nós podemos conhecer a História de um grupo ou uma sociedade. Podemos utilizar desde canções, lendas, pinturas, esculturas, fotografias, filmes, poesia, arquitetura, as roupas que usavam. Todos esses vestígios nos ajudam a contar a história de um povo.





Se muitas coisas da vida das pessoas interessam a História e fazem parte dela, então, todos os homens e as mulheres fazem história. Todos somos sujeitos históricos.

QUEM PRODUZ O CONHECIMENTO HISTÓRICO? O TRABALHO DO HISTORIADOR
O papel do historiador é investigar o passado, para que as pessoas do presente possam saber como viviam, pensavam, sentiam, desejavam, as pessoas de outras épocas.

O historiador pode pesquisar o passado mais remoto ou o passado mais recente. Para realizar seu trabalho ele precisa de documentos históricos – que também chamamos de fontes históricas.

QUEM FAZ A HISTÓRIA? O SUJEITO HISTÓRICO
Aprendemos que todas as pessoas que fazem parte de uma sociedade – crianças, jovens, adultos, mulheres, homens, pobres, ricos - constroem a História.

Quando convivemos com a família e com os grupos sociais, quando tomamos decisões, acreditamos em algo, participamos da história. Por isso, somos chamados de sujeitos históricos.

Você também é um sujeito histórico. Pense nas atividades que você faz durante o dia, nos lugares que frequenta, nas pessoas com quem você se relaciona… Você está escrevendo a sua própria história e participando da história de outras pessoas!

POR QUE ESTUDAR HISTÓRIA?
“História é uma das muitas áreas do conhecimento, como a biologia, a matemática, a física e a química. É dedicada, porém, ao estudo dos acontecimentos realizados pelos mais diferentes indivíduos e grupos sociais no decorrer do tempo. Em outras palavras, destina-se à compreensão do passado: das mudanças e permanências ocorridas nas mais diversas sociedades do mundo.

Estuda, por exemplo, como as pessoas de antigamente conceberam e utilizaram ferramentas para transformar a natureza, como expressaram suas idéias; como se organizaram política e economicamente; que soluções deram para os problemas cotidianos; de que modo lutaram para ampliar seus direitos.

Na história, porém, não se estuda apenas o passado. Também (e fundamentalmente) se estuda o presente, o mundo em que vivemos. História e memória se parecem. Ninguém se lembra de tudo, todo o tempo. Em casa instante, a memória recupera o passado aquilo que interessa e tem importância para solucionar um problema; resolver um aspecto prático do dia a dia; satisfazer um desejo ou um capricho.

A história segue o mesmo caminho. O ponto de partida é sempre o presente. Diante da realidade vivida, como a desigualdade social no Brasil ou o trabalho infantil, vira-se para o passado. A idéia, porém, não é buscar justificativas para o presente, mas perceber que aquilo que nos parece eterno um dia já foi bem diferente.

A história nos auxilia a perceber que tudo pode ser mudado. Torna o indivíduo crítico, ativo em relação ao mundo que o cerca. A pobreza no Brasil, a permanência da escravidão, as relações desiguais entre homens e mulheres, a persistência do racismo: para tudo isto existem alternativas.

E construímos estas alternativas estudando as sociedades e a vida das pessoas do passado. Conhecendo experiências: como as pessoas de antigamente, diante de situações semelhantes ou distintas, escolheram seus caminhos e construíram o mundo em que viveram.

A história nos mostra como as pessoas de antigamente lidaram com suas questões. Não se trata de julgar se estavam certas ou erradas. Também pouco de repetir o passado. Mas apenas de analisar antigas experiências para tomar nossas próprias decisões, escolher nossos caminhos, estabelecer alternativas, tornar-nos sujeitos da história.”

                                                                                           Fonte: Santiago, Pedro. Por Dentro Da História. Editora Escala Educacional.São Paulo, 2006.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

OS TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO (8º ano)

Nicolau Maquiavel
Nasceu em Florença, na Itália, no ano de 1469 e morreu em 1527. Sua obra mais famosa é O Príncipe. Maquiavel, é sem dúvida o mais famoso e o mais infame dos filósofos políticos da Renascença Italiana. Nenhum outro pensador fez mais do que ele para subverter as doutrinas políticas da Idade Média, em especial as idéias de governo limitado e as bases éticas da política. Maquiavel confessou sua preferência pelo absolutismo como sendo necessário para consolidar e fortalecer o Estado e expressou o mais profundo desprezo pela idéia medieval de uma lei moral a limitar a autoridade do governante. Para Maquiavel, o Estado é um fim em si mesmo. A suprema obrigação do governante é manter o poder e a segurança do país que governa. Sejam quais forem os meios necessários para capacitá-la a cumprir essa obrigação, não deve o príncipe hesitar em adotá-los. Cínico no modo como encarava a natureza humana, Maquiavel afirmava que todos os homens são movidos exclusivamente por interesses egoístas e pela ambição de poder pessoal e prosperidade material. Segundo ele, a natureza humana é corruptível e, por isso, a razão humana é sempre uma razão pragmática, utilitarista e calculista. Por isso, o ser humano é capaz de se corromper sempre que os desejos se sobrepõem. Portanto, o chefe de Estado nunca deverá fiar-se na lealdade ou na afeição dos seus súditos. Ele deve supor que todos os homens são potencialmente seus rivais e, por isso, deve tratar de lançá-los uns contra os outros, em proveito próprio. Maquiavel também rejeitava a idéia estática de que uma sociedade estática é a melhor de todas. Ele afirmava que um Estado tem que se expandir e desenvolver ou cair na ruína. Apesar das interpretações que tem resultado em muitas objeções sobre seus ensinamentos morais, Maquiavel continua sendo um personagem muito importante na história da teoria política. Não somente devido a ruptura por ele estabelecido entre a política e a ética, mas também a teoria de uma lei positiva criada pelo Estado e mantida pela força física, ao invés de uma lei natural, são credenciais para qualificá-lo como o verdadeiro fundador das modernas concepções de governo. Maquiavel descreveu o Estado, não de acordo com algum elevado ideal, mas como na realidade era em seu tempo. A originalidade de Maquiavel não resume somente em ter dado expressão conceitual à crise italiana, mas também de tê-la reinterpretado, a partir de sua própria experiência abrindo, dessa forma, um novo caminho para o pensamento político. Para ele, a política ou a arte de governar, deve ser separada da ética e da moral, ou seja, a política deve ser um fim em si mesmo. Isso, dá a Maquiavel o posto de fundador da ciência Política.

Thomas Hobbes
 Hobbes quis fundar a sua filosofia política sobre uma construção racional da sociedade, que permitisse explicar o poder absoluto dos soberanos. Mas as suas teses, publicadas ao longo dos anos, e apresentadas na sua forma definitiva no Leviatã, de 1651, não foram bem aceites, nem por aqueles que, com Jaime I, o primeiro rei Stuart de Inglaterra, defendiam que «o que diz respeito ao mistério do poder real não devia ser debatido», nem pelo clero anglicano, que já em 1606 tinha condenado aqueles que defendiam «que os homens erravam pelas florestas e nos campos até que a experiência lhes ensinou a necessidade do governo.»
A justificação de Hobbes para o poder absoluto é estritamente racional e friamente utilitária, completamente livre de qualquer tipo de religiosidade e sentimentalismo, negando implicitamente a origem divina do poder.
O que Hobbes admite é a existência do pacto social. Esta é a sua originalidade e novidade.
Hobbes não se contentou em rejeitar o direito divino do soberanos, fez tábua rasa de todo o edifício moral e político da Idade Média. A soberania era em Hobbes a projecção no plano político de um individualismo filosófico ligado ao nominalismo, que conferia um valor absoluto à vontade individual. A conclusão das deduções rigorosas do pensador inglês era o gigante Leviatã, dominando sem concorrência a infinidade de indivíduos, de que tinha feito parte inicialmente, e que tinham substituído as suas vontades individuais à dele, para que, pagando o preço da sua dominação, obtivessem uma protecção eficaz. Indivíduos que estavam completamente entregues a si mesmos nas suas actividades normais do dia-a-dia.
Infinidade de indivíduos, porque não se encontra em Hobbes qualquer referência nem à célula famíliar, nem à família alargada, nem tão-pouco aos corpos intermédios existentes entre o estado e o indivíduo, velhos resquícios da Idade Média. Hobbes refere-se a estas corporações no Leviatã, mas para as criticar considerando-as «pequenas repúblicas nos intestinos de uma maior, como vermes nas entranhas de um homem natural». Os conceitos de «densidade social» e de «interioridade» da vida religiosa ou espiritual, as noções de sociabilidade natural do homem, do seu instinto comunitário e solidário, da sua necessidade de participação, são completamente estranhos a Hobbes.
É aqui que Hobbes se aproxima de Maquiavel e do seu empirismo radical, ao partir de um método de pensar rigorosamente dedutivo. A humanidade no estado puro ou natural era uma selva. A humanidade no estado social, constituído por sociedades civis ou políticas distintas, por estados soberanos, não tinha que recear um regresso à selva no relacionamento entre indivíduos, a partir do momento em que os benefícios consentidos do poder absoluto, em princípio ilimitado, permitiam ao homem deixar de ser um lobo para os outros homens. Aperfeiçoando a tese de Maquiavel, Hobbes defende que o poder não é um simples fenómeno de força, mas uma força institucionalizada canalizada para o direito (positivo), - «a razão em acto» de R. Polin - construindo assim a primeira teoria moderna do Estado.
Deste Estado, sua criação, os indivíduos não esperam a felicidade mas a Paz, condição necessária à prossecução da felicidade. Paz que está subordinada a um aumento considerável da autoridade - a do Soberano, a da lei que emana dele.
Mas, mesmo parecendo insaciável, esta invenção humana com o nome de um monstro bíblico, não reclama o homem todo. De facto, em vários aspectos o absolutismo político de Hobbes aparece como uma espécie de liberalismo moral. Hobbes mostra-se favorável ao desenvolvimento, sob a autoridade ameaçadora da lei positiva, das iniciativas individuais guiadas unicamente por um interesse individual bem calculado, e por um instinto racional aquisitivo.
Jean Bodin
Jean Bodin foi um jurista francês que contribuiu bastante para que o absolutismo ganhasse suas mais importantes justificativas intelectuais. Além de preocupar-se com questões de ordem política, Bodin também era um famoso perseguidor das manifestações heréticas de sua época. Sua ação contra valores religiosos considerados anticristãos acabou deixando-o conhecido como “procurador do Diabo”. Entre suas principais obras damos destaque espacial à “República”.
Convivendo com os intensos conflitos religiosos que tomaram conta da França do século XVI, Bodin vai dedicar boa parte de sua reflexão política à questão da soberania. Nesse sentido, um dos mais marcantes valores pregados pelo seu pensamento consiste em defender a indivisibilidade da soberania. Segundo o autor, um sistema político em que a delegação de poderes se institui enquanto prática comum promove a diluição da soberania necessária a um governo estável.
Além disso, Bodin acredita que a idéia de um governo misto gera uma falsa impressão de que não há a ação de um setor politicamente soberano. Para confirmar essa idéia ele toma como exemplo as práticas políticas instituídas no interior da República romana. De acordo com sua interpretação, o fato da população romana ter o direito de indicar quais pessoas ocupariam os cargos de magistratura, não limita os diversos poderes concedidos a esses mesmos representantes políticos.
Dessa maneira, Jean Bodin não aceita a possibilidade de uma forma de governo pautada na ausência de soberania. Caso não haja um setor politicamente soberano, seja minoritário ou majoritário, qualquer governo acaba se transformando em um verdadeiro regime de natureza anárquica. Por isso esse pensador francês vai pensar no “estado” que a soberania assume em diferentes contextos políticos, para assim, julgar qual a classificação mais adequada ao seu tipo de governo.
No momento em que a hegemonia é assumida pela figura do príncipe, temos a instalação de uma monarquia. Em experiências onde a soberania é assumida pela grande maioria da população, acredita o pensador que o estado é popular. Por fim, caso haja um grupo minoritário controlando as instituições políticas, haveria a formação de um regime aristocrático. Além disso, Bodin também vai admitir que cada tipo de estado assuma diferentes formas de governo.
Em uma monarquia, por exemplo, ele pode admitir que o rei tenha uma forma de governo democrática ao permitir que diferentes grupos sociais participem da administração pública. Ao mesmo tempo, quando a monarquia restringe a participação popular ou concentra as decisões nas mãos do rei, o governo passa a ganhar traços claramente despóticos. Dessa maneira, Bodin oferece meios para analisar de forma diversa os mais diferentes estados.
Por fim, sua obra se sustenta veementemente na idéia de que seria impossível conceber um governo pautado em grupos igualitariamente favorecidos. Ao naturalizar as desigualdades, Bodin começa a levantar argumentos onde indica que a desigualdade e a presença de um indivíduo soberano não se tratam de um costume socialmente constituído, mas uma forma claramente perceptível em diferentes manifestações de ordenação da natureza.
Dessa forma, Jean Bodin também utiliza uma argumentação de traço fortemente religioso para defender o regime monárquico. Segundo o próprio autor, “todas as leis da natureza nos guiam para a monarquia; seja observando esse pequeno mundo que é nosso corpo, seja observando esse grande mundo, que tem um soberano Deus; seja observando o céu, que tem um só Sol”. Por isso, esse teórico absolutista será considerado um dos defensores do “direito divino dos reis”.
Jacques Bossuet
Bossuet, Jacques Benigne. Um dos principais teóricos do absolutismo por direito divino, Jacques-Benigne Bossuet nasceu em uma família de magistrados em 1627, em Dijon, onde recebeu educação no colégio jesuíta. Por estar destinado à vida religiosa, recebeu tonsura (um corte especial de cabelo com um círculo raspado no alto posterior do crânio) aos 10 anos. Aos 15 foi para Paris onde estudou teologia no College de Navarre e presenciou os motins da Fronde, um levante de amotinados contra o absolutismo real
Foi ordenado padre e recebeu doutorado em teologia em 1652. Se pai obteve-lhe a indicação para cônego na Mogúncia (Metz) onde ficou popular como orador em controvérsia com os protestantes. Dividiu o tempo entre Metz e Paris até 1659 e a partir de 1660 raramente deixava a capital. Lá, pregou os sermões da quaresma em dois famosos conventos, o dos franciscanos mínimos e o dos carmelitas, e em 1662 foi chamado a pregar para Luís XIV. Ficaram famosos suas orações fúnebres, principalmente nos funerais Henrietta Maria of France, rainha da Inglaterra (1669) e de sua filha Henrietta Anne da Inglaterra, cunhada de Louis XIV (1670), da princesa Anne de Gonzague (1685), do chanceler Michel Le Tellier (1686), e o do Grande Condé (1687).
Foi designado bispo de Condom (1669), no sudoeste da França, mas, escolhido para tutor do Delfim, o filho mais velho do rei (1670), renunciou ao bispado e ingressou na corte, onde teve a oportunidade de aperfeiçoar seus conhecimentos e integrar-se na política. Eleito para a Academia Francesa, foi também nomeado conselheiro do rei.
Em 1681 foi designado bispo de Meaux, e deixou a corte; embora mantivesse amizade com o delfim e o rei, foi um bispo dedicado, pregando e ocupando-se de organizações de caridade, poucas vezes deixando sua diocese.
Bossuet estava tão integrado ao absolutismo do reinado de Luís XIV que chegou ao extremo de definir como herético qualquer um que tivesse opinião própria. Foi o formulador da ideologia gaulesa ou galicana, que estabelecia certos direitos do rei contra o papa, uma questão que sempre fora polêmica. Temendo uma cisão dentro da igreja, entre os partidários do rei e os ultramontanistas (alusão a estar a sede da Igreja além dos Alpes), que consideravam os poderes do papa supremos e inatacáveis mesmo em solo francês. Promoveu uma assembléia geral do clero francês em 1681-1682 cujo documento final redigiu e na qual ficou definido que o papa era autoridade somente em matéria religiosa.
Não podia deixar de se envolver também em outras questões igualmente contemporâneas como o jansenismo, a doutrina de que a salvação é uma graça concedida apenas a alguns, e o quietismo, uma forma de misticismo de contemplação passiva e abandono à presença divina, pregada pelo arcebispo de Cambrai, Francois Fenelon, condenado em Roma em 1699. Contra Fenelon escreveu Instruction sur les etats d'oraison (1697) e Relation sur le quietisme (1698). Também atacou violentamente o teatro francês como imoral no seu Maximes et reflexions sur la comedie (1694).
Seu livro Politique tirée des propres paroles de l'Écriture sainte ("Política tirada das Santas Escrituras" - 1708).valeu-lhe a reputação de teórico do absolutismo. Nessa obra ele desenvolve a doutrina do direito divino segundo a qual, qualquer governo formado legalmente expressa a vontade de Deus e é sagrado e qualquer rebelião contra ele é criminosa. Em contra partida, o soberano deve governar seus súditos como um pai, à imagem de Deus, sem se deixar afetar pelo poder. Escreveu também "Exposição da Fé Católica" (1671), "História das Variações das Igrejas Protestantes" (1688) e "Discurso sobre a História universal" (1681). Bossuet faleceu em Paris em 12 de abril de 1704.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

QUE TAL CONHECERMOS UM POUQUINHO DAS LENDAS GREGAS?

CONTEÚDO PARA OS MEUS ALUNOS DO 7ºANO ( Se deliciem com as lendas e os mitos gregos)
MEDUSA

A Medusa é uma figura do mundo mitológico da Grécia Antiga. Representada por uma mulher com enormes serpentes na cabeça, possuía também presas de bronze e asas de ouro. As lendas e mitos gregos contavam que ela tinha o poder de transformar em estátuas de pedra as pessoas que olhassem diretamente em seus olhos.

Era uma das três irmãs górgonas, porém, ao contrário das outras duas (Euriále e Esteno), Medusa era mortal. Era filha de Ceto e Fórcis (divindades marinhas). Assim como suas outras duas irmãs, foi transformada em monstro pela deusa Atena. Todos tinham muito medo da Medusa. Ela habitava o extremo ocidente da Grécia, em companhia de suas irmãs.

Na mitologia grega, Medusa foi morta pelo herói Perseu. Usando seu escudo de bronze bem polido, olhou para ela através do reflexo para não ser transformado em pedra. Após decaptá-la, entregou a cabeça à deusa Atena, que a fixou ao seu escudo.