A oposição na Líbia voltou a pedir neste sábado o apoio militar da comunidade internacional. Na frente de batalha no leste do país, os enviados especiais Marcos Losekann e Sérgio Gilz mostram como os rebeldes enfrentam as forças de Muammar Kadhafi.
Os rebeldes lutam sob a bandeira que foi o principal símbolo nacional até 1969, quando o golpe militar liderado pelo então coronel Kadhafi derrubou a monarquia, mudou a bandeira e reescreveu a história da Líbia por 42 anos.
Mas para manter a velha bandeira hasteada de novo, os rebeldes sabem que ainda tem muita batalha pela frente.
Neste sábado, os enviados da Rede Globo visitaram a fronteira da resistência, na cidade de Ajdablya, 150 quilômetros ao sul de Benghazi, a capital da revolução.
Até 15 dias atrás, um portão era controlado pelos guardas da temívem tropa de elite de Muammar Kadhafi. Qualquer pessoa só conseguia entrar ou sair de Ajdablya com autorização deles. Segundo os opositores, muitas vezes mediante suborno. Agora, o portão é um símbolo da resistência, um front que separa a Líbia de Kadhafi da Líbia dos rebeldes.
Trata-se de um exército sem um comando central. Cada grupo ou pelotão tem no máximo um líder tribal como conselheiro. Na prática, cada integrante parece agir de acordo com a própria vontade e instinto. De vez em quando, atiram para o alto sem qualquer motivo ou critério.
Quando o repórter pergunta se não estão desperdiçando munição, respondem que tem de sobra e que podem facilmente vencer as tropas fiéis ao ditador.
Um rebelde afirma que as milícias pró-Kadhafi são ainda mais deficitárias e desorganizadas, e por isso estão sendo facilmente empurradas para oeste, onde fica a capital Trípoli.
Num quartel, na periferia de Ajdablya, tão sobra otimismo, mas não é difícil notar que falta equipamento e preparo. A maioria dos soldados usa armas de caça e granadas de fabricação caseira.
Dentro da cidade, os rebeldes exibem como troféu de guerra as peças de um avião militar que dizem ter abatido. Também expõem o boneco de Kadhafi enforcado no alto de um poste. Mesmo assim, a população se mostra cautelosa. A maior parte do comércio está fechada e o movimento nas ruas é pequeno.
A Líbia anti-Kadhafi ainda não se considera vencedora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário