O "cartismo" nasceu em 1837, quando foi redigida a "Carta ao Povo", documento que continha seis pontos de reivindicação: sufrágio universal, igualdade dos distritos eleitorais, supressão do censo, eleições anuais, voto secreto, pagamento aos deputados do Parlamento. Desde a década de 30 os cartistas fizeram conquistas consideráveis para a classe operária como: 1º lei de proteção ao trabalho infantil (1833), lei de imprensa (1836), reforma do Código Penal (1837), regulamentação do trabalho feminino e infantil (1842), lei de supressão dos direitos sobre os cereais e lei permitindo as associações políticas (1846), lei da jornada de trabalho de 10 horas (1847).No auge do movimento, foi feita uma petição que exigia o sufrágio universal e a resolução de problemas econômicos. Apesar dos 3 milhões de assinaturas que a acompanhavam, a petição foi recusada pelo Parlamento.
Em 1942, nova carta ou petição seria enviada ao parlamento.Paralelamente, uma greve geral de trabalhadores agitava a Inglaterra. A má vontade edemora dos parlamentares em dar um retorno a essas exigências gerou uma série deagitações e uma onda de greves que duraria por cerca de 10 anos.
Mas o cartismo, além de algumas conquistas sociais, teve outra importância. No decorrer do movimento, o proletariado foi assimilando, se identificando e propagandeando um conjuntode idéias políticas conhecidas como socialismo.
O LUDISMO
As reclamações contra as máquinas e a sua substituição em relação à mão-de-obra humana, já eram normais. Mas foi em 1811, na Inglaterra, que o movimento estourou, ganhando uma dimensão significativa.
O nome deriva de Ned Ludd, personagem criada a fim de disseminar o ideal do movimento operário entre os trabalhadores. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas".
Para além de histórico, este termo representa também um conceito político, usado para designar todos aqueles que se opôem ao desenvolvimento tecnológico ou industrial. Estas pessoas são também chamadas de "luddites" ou "ludditas" e o movimento social é hoje conhecido como o neo-ludismo. Um exemplo de um autor que se identifica com esta designação é o Kirkpatrick Sale, que escreveu o livro "Rebels Against the Future".
Para o historiador Eric J. Hobsbawn. o ludismo "era uma mera técnica de sindicalismo no período que precedeu a revolução industrial e as suas primeiras fases".
Como aconteceu
Desenho publicado em 1812 mostrando trabalhadores comandados pelo lendário general Ned Ludd destruindo uma tecelagem
O Movimento Ludista teve o seu momento culminante no assalto noturno à manufatura de William Cartwright, no condado de York, em Abril de 1812. No ano seguinte, na mesma cidade, teve lugar o maior processo contra os ludistas: dos 64 acusados de terem atentado contra a manufatura de Cartwright, 13 foram condenados à morte e 2 a deportação para as colônias. Apesar da dureza das penas, o certo é que o movimento ludista não amainou, dado que os operários viviam em péssimas condições.
Repressão e declínio
O Ludismo enquanto prática de destruição de máquinas passou a ser cada vez mais hostilizado pelo patronato que recorreram aos parlamentos, visando a criação de leis mais severas para punir os envolvidos em revoltas. O Reino Unido que já possuía em sua legislação uma lei datada de 1721 que definia o exílio como pena máxima para a destruição de máquinas, em 1912 como resultado da oposição contínua a mecanização adotou o Frame-Breaking Act definindo a pena de morte para casos de destruição de máquinas.
A perseguição aos luddistas tornou-se implacável, com centenas de pessoas sendo presas e torturadas, dezenas de executados, conseguiu reduzir o movimento através do medo entre as camadas populares. Ao mesmo tempo a generalização do modo de produção industrial e a criação das primeiras trade unions (sindicatos) tornaram-se outros limitantes para o alcance e as possibilidades das revoltas luddistas, fazendo com que o ludismo entrasse em declínio em meados do século XIX.
Repercussão no Mundo
O ludismo não foi um fenômeno exclusivamente inglês, tendo-se registrado movimentos semelhantes na Bélgica, na Renânia, na Suíça e na Silésia.
Canção Ludista
"E noite trás noite, quando tudo está tranquilo
e a lua se esconde por detrás da colina
Nós marchamos para executar a nossa vontade
Com acha, lança ou fuzil
Oh meus valentes cortadores
Os que com um só forte golpe
rompem com as máquinas cortadeiras
O grande Enoch dirigirá a nossa vanguarda
Quem se atreverá a detê-lo?
Adiante sempre todos homens valentes
Com acha, lança e fuzil
Oh meus valentes cortadores..."
Outra Canção Ludista
"Bravos ludistas somos, para a quebra nós vamos!"
"Deus salve o Ned Lud!"
"Máquinas para o inferno, queremos a nossa dignidade!"
"Quebrar é bom, juntar-nos e salvar a Europa!"
"Quebre! Quebre ou morra os trabalhadores!"
"Monstros do industrialismo, queremos que quebrado!"
"Máquinas para o chão!"
"Bater! Bater! Bang Bang! O som da liberdade esses são!"
"Ruptura de um, dois quebram, três quebram quebra tudo e Todos!"