sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O Movimento Cartista

O "cartismo" nasceu em 1837, quando foi redigida a "Carta ao Povo", documento que continha seis pontos de reivindicação: sufrágio universal, igualdade dos distritos eleitorais, supressão do censo, eleições anuais, voto secreto, pagamento aos deputados do Parlamento. Desde a década de 30 os cartistas fizeram conquistas consideráveis para a classe operária como: 1º lei de proteção ao trabalho infantil (1833), lei de imprensa (1836), reforma do Código Penal (1837), regulamentação do trabalho feminino e infantil (1842), lei de supressão dos direitos sobre os cereais e lei permitindo as associações políticas (1846), lei da jornada de trabalho de 10 horas (1847).No auge do movimento, foi feita uma petição que exigia o sufrágio universal e a resolução de problemas econômicos. Apesar dos 3 milhões de assinaturas que a acompanhavam, a petição foi recusada pelo Parlamento.

Em 1942, nova carta ou petição seria enviada ao parlamento.Paralelamente, uma greve geral de trabalhadores agitava a Inglaterra. A má vontade edemora dos parlamentares em dar um retorno a essas exigências gerou uma série deagitações e uma onda de greves que duraria por cerca de 10 anos.
Mas o cartismo, além de algumas conquistas sociais, teve outra importância. No decorrer do movimento, o proletariado foi assimilando, se identificando e propagandeando um conjuntode idéias políticas conhecidas como socialismo.

 
O LUDISMO


O Luddismo é o nome do movimento contrário à mecanização do trabalho trazida pela Revolução Industrial. Adaptado aos dias de hoje, o termo ludita (do inglês luddite) identifica toda pessoa que se opõe à industrialização intensa ou a novas tecnologias, geralmente vinculadas ao movimento anarcoprimitivista.


As reclamações contra as máquinas e a sua substituição em relação à mão-de-obra humana, já eram normais. Mas foi em 1811, na Inglaterra, que o movimento estourou, ganhando uma dimensão significativa.

O nome deriva de Ned Ludd, personagem criada a fim de disseminar o ideal do movimento operário entre os trabalhadores. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas".

Para além de histórico, este termo representa também um conceito político, usado para designar todos aqueles que se opôem ao desenvolvimento tecnológico ou industrial. Estas pessoas são também chamadas de "luddites" ou "ludditas" e o movimento social é hoje conhecido como o neo-ludismo. Um exemplo de um autor que se identifica com esta designação é o Kirkpatrick Sale, que escreveu o livro "Rebels Against the Future".

Para o historiador Eric J. Hobsbawn. o ludismo "era uma mera técnica de sindicalismo no período que precedeu a revolução industrial e as suas primeiras fases".


Como aconteceu




Desenho publicado em 1812 mostrando trabalhadores comandados pelo lendário general Ned Ludd destruindo uma tecelagem
O Movimento Ludista teve o seu momento culminante no assalto noturno à manufatura de William Cartwright, no condado de York, em Abril de 1812. No ano seguinte, na mesma cidade, teve lugar o maior processo contra os ludistas: dos 64 acusados de terem atentado contra a manufatura de Cartwright, 13 foram condenados à morte e 2 a deportação para as colônias. Apesar da dureza das penas, o certo é que o movimento ludista não amainou, dado que os operários viviam em péssimas condições.

 Repressão e declínio

O Ludismo enquanto prática de destruição de máquinas passou a ser cada vez mais hostilizado pelo patronato que recorreram aos parlamentos, visando a criação de leis mais severas para punir os envolvidos em revoltas. O Reino Unido que já possuía em sua legislação uma lei datada de 1721 que definia o exílio como pena máxima para a destruição de máquinas, em 1912 como resultado da oposição contínua a mecanização adotou o Frame-Breaking Act definindo a pena de morte para casos de destruição de máquinas.

A perseguição aos luddistas tornou-se implacável, com centenas de pessoas sendo presas e torturadas, dezenas de executados, conseguiu reduzir o movimento através do medo entre as camadas populares. Ao mesmo tempo a generalização do modo de produção industrial e a criação das primeiras trade unions (sindicatos) tornaram-se outros limitantes para o alcance e as possibilidades das revoltas luddistas, fazendo com que o ludismo entrasse em declínio em meados do século XIX.

 Repercussão no Mundo

O ludismo não foi um fenômeno exclusivamente inglês, tendo-se registrado movimentos semelhantes na Bélgica, na Renânia, na Suíça e na Silésia.

Canção Ludista

 "E noite trás noite, quando tudo está tranquilo

e a lua se esconde por detrás da colina

Nós marchamos para executar a nossa vontade

Com acha, lança ou fuzil

Oh meus valentes cortadores

Os que com um só forte golpe

rompem com as máquinas cortadeiras

O grande Enoch dirigirá a nossa vanguarda

Quem se atreverá a detê-lo?

Adiante sempre todos homens valentes

Com acha, lança e fuzil

Oh meus valentes cortadores..."

 Outra Canção Ludista


"Bravos ludistas somos, para a quebra nós vamos!"

"Deus salve o Ned Lud!"

"Máquinas para o inferno, queremos a nossa dignidade!"

"Quebrar é bom, juntar-nos e salvar a Europa!"

"Quebre! Quebre ou morra os trabalhadores!"

"Monstros do industrialismo, queremos que quebrado!"

"Máquinas para o chão!"

"Bater! Bater! Bang Bang! O som da liberdade esses são!"

"Ruptura de um, dois quebram, três quebram quebra tudo e Todos!"



quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Revolução Industrial

Introdução


A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Também podemos apontar o crescimento populacional, que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias.

Pioneirismo Inglês

Foi a Inglaterra o país que saiu na frente no processo de Revolução Industrial do século XVIII. Este fato pode ser explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas à vapor. Além da fonte de energia, os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período. A mão-de-obra disponível em abundância (desde a Lei dos Cercamentos de Terras ), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também pode ser destacado como importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês.

Avanços da Tecnologia

O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas à vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção.
Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas à vapor (maria fumaça) e os trens à vapor. Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais baixos.

A Fábrica

As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.

Reação dos trabalhadores

Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como, por exemplo, o ludismo. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta com relação a vida dos empregados. O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela via política, conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores.

Conclusão

A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram conseqüências nocivas para a sociedade.

Até os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento. Gerar empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo. Os empregos repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos tem faltado empregos para a população.