domingo, 9 de junho de 2013

MITOLOGIA

Narcisismo



              Narciso era um belo rapaz, filho do Deus do rio Céfiso e da ninfa Liríope. Por acasião de seu nascimento, seus pais consultaram o oráculo Tirésias para saber qual seria o destino do menino. A resposta foi que ele teria uma longa vida, se nunca visse a própria face. Muitas moças e ninfas apaixonaram-se por Narciso, quando ele chegou à idade adulta. Porém, o belo jovem não se interessava por nenhuma delas. 
              Segundo a mitologia existia uma ninfa bela e graciosa tão jovem quanto Narciso,chamada Eco e que amava o rapaz em vão. A beleza de Narciso era tão incomparável que ele pensava que era semelhante a um Deus, comparável à beleza de Dionísio e Apolo. Como resultado disso, Narciso rejeitou a afeição de Eco até que esta, desesperada, definhou, deixando apenas um sussurro débil e melancólico. Para dar uma lição ao rapaz frívolo, a deusa Némesis condenou Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco.Encantado pela sua própria beleza, Narciso deitou-se no banco do rio e definhou, olhando-se na água e se embelezando. As ninfas construíram-lhe uma pira, mas quando foram buscar o corpo, apenas encontraram uma flor no seu lugar: o narciso; e então dai o nome narciso a flor.                                                           Narcisismo
              Denominamos de “narcisistas” as pessoas que, egoisticamente, só pensam à partir de si mesmas, desprezando os sentimentos dos outros. A imagem refletida nas límpidas (ou diríamos turvas?) águas de nossa imaginação, não possui equivalência no mundo real. Imaturo, o narcisista vê “o Outro” com indiferença e desdém, tornado-se impossibilitado de penetrar no mundo alheio. Anseia por aplausos, subserviência e bajulação.              Há um grau razoável de amor-próprio saudável e até mesmo necessário para que se equilibre a percepção de nossas necessidades em relação às de outrem.
              Mas em desmedida, a auto-suficiência torna o narcisista incapaz de amar outra pessoa.
              Em psicologia e psiquiatria, o narcisismo excessivo é o que dificulta o individuo a ter uma vida satisfatória, é reconhecido como um estado patológico e recebe o nome de Transtorno de personalidade narcisista. Indivíduos com o transtorno julgam-se grandiosos e possuem necessidades de admiração e aprovação de outras pessoas em excesso. Este mito ilustra bem o risco do narcisismo, simbolizado pela vaidade, pelo solipsismo, que significa considerar exclusivamente o “eu” como única realidade.
 
A Caixa de Pandora





A caixa de Pandora é um mito grego no qual a existência da mulher e dos vários males do mundo são explicados. Tudo começa quando Zeus, o deus de todos os deuses, resolveu arquitetar um plano para se voltar contra a ousadia de Prometeu – que entregara aos homens a capacidade de controlar o fogo. Para tanto, Zeus decide criar uma mulher repleta de dotes oferecidos pelos deuses e a oferece a Epimeteu, irmão de Prometeu.

Antes disso, Prometeu recusou a jovem Pandora de Zeus temendo que ela fizesse parte de algum plano de vingança da divindade roubada. Ao aceitar Pandora, Epimeteu também ganhou uma caixa onde estavam contidos vários males físicos e espirituais que poderiam acometer o mundo. Desconhecedor do conteúdo, ele foi somente alertado de que aquela caixa não poderia ser aberta em nenhuma hipótese. Com isso, o artefato era mantido em segurança, no fundo de sua morada, cercado por duas gralhas barulhentas.

Aproveitando de sua beleza, Pandora convenceu o marido a se livrar das gralhas que lhe causavam espanto. Após atender ao pedido da esposa, Epimeteu manteve relações com ela e caiu em um sono profundo. Nesse instante, não suportando a própria curiosidade, Pandora abriu a caixa proibida para espiar o seu conteúdo. Naquele momento, ela acabou libertando várias doenças e sentimentos que atormentariam a existência do Homem no mundo. Zeus assim concluía o seu plano de vingança contra Prometeu.

Logo percebendo o erro que cometera, Pandora se apressou em fechar a caixa. Com isso, ela conseguiu preservar o único dom positivo que fora depositado naquele recipiente: a esperança. Dessa forma, o mito da Caixa de Pandora explica como o Homem é capaz de manter-se perseverante mesmo quando as situações se mostram bastante adversas. Além disso, esse mesmo mito explora a construção da identidade feminina como sendo marcada pela sensualidade e o poder de dissimulação.
 
O calcanhar de Aquiles





Aquiles é um dos mais famosos heróis gregos. Filho de Tétis e Peleu, teve seu principal momento no cerco à cidade de Tróia. Participou junto com outros heróis e príncipes da Grécia de várias batalhas. Tornou-se famoso por sua bravura e força.
Conta a mitologia grega que a mãe mergulhou Aquiles, recém-nascido, nas águas do Estige (rio que dava sete voltas no inferno). Este fato tornou o filho invulnerável, salvo pelo calcanhar que não foi banhado, pois a mãe o segurava por esta parte do corpo.

Para vingar a morte de Pátroclo, o companheiro mais próximo de Aquiles
, que sucumbira às mãos de Heitor, o mais valente dos filhos de Príamo,o rei de Tróia, Aquiles obteve finalmente sua vingança, matando Heitor. Amarrou então o corpo do derrotado ao seu carro, e o arrastou pelo campo de batalha.
Com a ajuda do deus Hermes, o pai de Heitor, Príamo, foi à tenda de Aquiles durante uma noite e implorou-lhe que permitisse realizar os ritos fúnebres que seu filho merecia.

A última passagem da Ilíada é o funeral de Heitor, após o qual o destino de Troia era apenas uma questão de tempo
. Durante a invasão de Tróia Aquiles foi mortalmente ferido no calcanhar por uma flecha envenenada arremessada por Paris (irmão de Heitor).

Existem outras versões sobre o ritual da imortalidade de Aquiles e sua morte,porém a versão contida neste artigo é considerada a mais confiavel e comumente relatada.

Caronte (Charon), o barqueiro dos mortos na mitologia grega.

        Sempre gostei de filmes épicos, a mitologia, as civilizações movidas e sustentadas pela sua virtude e devoção aos deuses, territórios conquistados e mantidos através de sangrentas guerras nas quais os homens ao contrário de hoje realmente acreditavam e lutavam por seus ideais.                  
        Enquanto assistia
Tróia vi personagens importantes morrendo e após a sua morte existia um ritual fúnebre bem peculiar, que aliás eu já tinha observado em outros filmes, um ritual em que o cadáver era exposto em um ponto alto cercado de pessoas e antes de ser cremado seus olhos eram cobertos por moedas. Ai me veio a dúvida, mas para que essas moedas? Pesquisei um pouco e acho que descobri a resposta...
 
        Estava encarregado de realizar a travessia dos mortos pelo Rio Estige (Styx), e só transportava almas cujos corpos tivessem sido enterrados com uma moeda (óbolo) debaixo da língua, com a qual deveriam pagar a travessia.
Aqueles que eram enterrados sem os rituais fúnebres de então, e não levavam a moeda para pagar a Caronte pela travessia, não podiam fazê-la, e o castigo era esperar por 100 anos vagando no limbo.
        As almas penadas e assombrações que vagavam assustando os vivos, eram aqueles que não puderam pagar o óbolo a Caronte.
 
Um desejo além da materialidade

 


        Apolo era o mais belo dos deuses do Olimpo, senhor da Arte, da Música e da Medicina. Ciente da própria beleza e confiante da sua destreza no arco e flecha, ainda mais depois de Ter matado a terrível serpente Píton, que da sua caverna no Monte Parnaso, assustava a todos os habitantes daquela terra abençoada, Apolo se vangloriou a Cupido dizendo que suas flechas podiam matar qualquer coisa e tentou tomar as flechas que o pequeno deus do Amor carregava, dizendo-lhe ser muito criança para carregar tais armas.

        Cupido respondeu-lhe que suas flechas poderiam de fato ferir tudo e todos mas as dele, Cupido, eram mais poderosas pois poderiam feri-lo, a ele, poderoso Apolo. Claro que Apolo não acreditou e riu-se do pequeno deus. O filho de Vênus então decidiu dar-lhe uma lição: escolheu uma flecha com ponta de ouro e outra com ponta de chumbo. A primeira atraía o amor e a segunda o repelia. Segurando seu arco encantado, Cupido pegou a flecha de ponta de chumbo e mirou na bela ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu. A de ouro não teve outro alvo que não o coração de Apolo.


        Ferido mortalmente por Cupido, o deus correu atrás de sua bela que horrorizada tentou escapar-lhe, correndo como se asas tivesse nos delicados pés.
        Impulsionado pela paixão, pela vontade de tocar o ser amado, de beijá-la e dizer-lhe o quanto a amava, Apolo corria como se perseguido pelas Fúrias.
        Desesperada, vendo que seu perseguidor estava cada vez mais próximo, Dafne gritou pelo pai para que a salvasse, mudando sua forma para que o impetuoso deus a deixasse em paz. Peneu fez o que a filha pediu.

        Quando Apolo estava quase tocando-lhe os cabelos, Dafne foi sentindo um torpor estranho, uma sensação de peso e, quando olhou para os pés, constatou que estava se transformando em uma planta. Ao ver sua amada transformada em um arbusto, Apolo chorou sentido e declarou que aquela planta - o loureiro, pois que não era outro - seria, a partir daquele infeliz dia, a sua planta, símbolo que o acompanharia para todo o sempre.

        Pois foi assim que a folha de louro foi associada ao belo e impetuoso Deus, símbolo do seu amor pela ninfa Dafne...
 
Você acredita em destino?
        
       Édipo é um personagem da mitologia grega,conhecido pela sua triste saga,em que embora ao longo da sua vida tenha tentado de diversas formas fugir de seu temido destino,acaba o concretizando e propagando uma maldição, no século XX recebeu uma atenção ainda maior após Sigmund Freud utilizar seu nome e história para simbolizar um dos seus famosos termos técnicos psicanalíticos o "Complexo de Édipo".


        Filho de Laio e de Jocasta, herdeiro da maldição que assolava os Labdácias, foi abandonado ao nascer no Monte Citerão, já que o  Oráculo de Delfos tinha predito a seu pai que se ele gerasse um filho, este o mataria. O criado, encarregado de executar essa missão perfurou-lhe os pés com um gancho de forma a poder suspender o menino numa árvore. Isso explica o fato pelo qual, ao ser encontrado por alguns pastores, foi chamado Édipo, que em grego significa “pés inchados”. Foi levado ao rei de Corinto, Pólibo, que, por não ter filhos, embora fosse casado com a rainha Peribéia,o adotou. Em certa ocasião, o jovem participava de um banquete, quando um coríntio referiu-se indiscretamente ao jovem como filho postiço. Intrigado, Édipo resolveu consultar o oráculo de Delfos para saber sua real origem. Além de não obter uma resposta precisa, o jovem se defrontou com uma revelação aterrorizante.

        A resposta que Édipo recebeu é que, não somente mataria seu pai, mas desposaria sua própria mãe, gerando uma raça maldita. No intuito de evitar uma tragédia, desesperado resolveu fugir de Corinto, deixando para trás Pólibo e Peribéia, quem de fato acreditava serem seus pais verdadeiros. À caminho da Fócida, onde os caminhos de Cáulis e Tebas se bifurcam, o pobre rapaz se deparou com Laio e sua escolta, composta por quatro pessoas além do rei: o arauto, um cocheiro e mais dois escravos. Este, cheio de impáfia, ordenou-lhe que desse passagem ao rei de Tebas. Como Édipo se recusasse sequer a alterar o passo, teve um de seus cavalos executados pelo rei. Ignorando a verdadeira identidade do rei, Édipo com o auxílio de sua arma, a bengala que o amparava no caminhar, e com grande violência, matou a golpes Laio.
        Chegando à Tebas, deparou com a Esfinge, monstro que vinha assolando a cidade há tempos. Descendente de uma família de monstros, sua mãe, Equidna, corpo de mulher e cauda de serpente que devorava todos os viajantes que dela se aproximassem. Ortro uniu-se a própria mãe, e dessa forma, tornou-se ao mesmo tempo pai e irmão da Esfinge. Esta havia sido enviada por Hera à cidade de Tebas para punir o rei Laio, responsável pelo suicídio de Crísipo, filho de Pélops. Misto de vários animais, a Esfinge tinha a cabeça e o busto de mulher, as patas de leão, o corpo de cão, cauda de dragão e asas como as das Hárpias.
Instalada à entrada da cidade, mais precisamente no Monte Ficeu, propunha aos forasteiros que ali chegavam um enigma de grande complexidade e de difícil resolução. Os que não fossem capazes de decifrá-lo eram sumariamente eliminados, pois a criatura além de matar, devorava sua vítima. O monstro já havia feito muitas vítimas e os habitantes estavam alarmados quando Édipo, buscando exílio, chegou à Tebas. Ao enfrentá-la, foi recebido com a seguinte pergunta: “Qual é o animal que pela manhã tem quatro pés, ao meio dia dois e à tarde três?” Édipo sem dificuldade respondeu que este animal era o homem, que na infância engatinha, depois passa a caminhar com os dois pés e na velhice, com o peso dos anos, necessita de uma bengala, ou seja, de uma terceira perna para se sustentar. Como já estava previsto pelo destino que no dia que alguém lograsse decifrar seu enigma a Esfinge morreria, esta, precipitou-se do alto de um precipício e morreu espatifada contra os rochedos.
        Aclamado pela população agradecida, tornou-se rei, e, por conseguinte, recebeu também a mão da rainha Jocasta em casamento. Em outras palavras, Édipo cumpriu a segunda e última parte da profecia, pois ao casar-se com a rainha, desposava na verdade, sua própria mãe. Quatro filhos foram gerados desta união: Etéocles, Polinice, Antígona e Ismena. O rei de Tebas reinou durante anos tranquilamente até o dia em que a população local começou a ser assolada por uma peste. O oráculo, novamente consultado, declarou que para cessar a epidemia, se fazia necessário encontrar o assassino de Laio e baní-lo definitivamente de Tebas. Tirésias, o grande vidente cego, trazido até a corte revelou a verdade sobre o crime e esclareceu a identidade e a história de Édipo. Jocasta, humilhada e sem poder suportar a vergonha, suicidou-se. Édipo, ao lado do corpo de sua mãe, vazou seus olhos. Expulso da cidade por Etéocles e Polinice, partiu para o exílio acompanhado por Antígona que o guiou até a Ática, onde foi acolhido por Teseu .